quarta-feira, novembro 28, 2007

Se hoje canto essa canção....

Sou fã do pop rock feito no Brasil nos anos 80. E sempre que o assunto está em pauta numa conversa entre amigos e alguém faz uma critica negativa eu parto para defensiva. Porque os anos 80 foram lindos, os jovens eram lindos, tinham sede de originalidade (mesmo com influências poderosas dos ingleses), queriam fazer parte de algo, fazer a diferença. A música de jovens dos anos 80 surgiu de um grupo que começa a conhecer a liberdade de expressão e passa ainda por cima de enfrentamentos políticos pra isso. Talvez quem vivesse na época não tinha noção da dimensão, nós nunca damos conta do presente.

Hoje paro e penso sempre: nada do que tenha surgido no cenário musical brasileiro nos últimos cinco, seis anos me chama a atenção, me atrai. Vivo revezando minha set list com miscelâneas do tempo do Chacrinha: Barão, Ultraje, Paralamas, Biquíni. Capital, Lobão, Ira!, Engenheiros, quando estou nostálgica demais apelo para o que não saía do meu walkman, a Legião. Ou alguns sons mais recentes, digamos assim, mas ainda assim surgidos no inicio dos 90’s como Pato Fu, Nação Zumbi, O Rappa, Marisa Monte, Skank, Cássia Elle, depois Los Hermanos...E até pra falar mal falo dos já quarentões Leoni, do Kid Abelha, do RPM...

Não tem banda de pop rock, ou rock ou qualquer coisa parecida. Não que eu espere movimentos rockers hoje em dia, é até quimérico pensar que depois de tantas fusões, tantas alternativas, tantas ligações e absorções quase químicas irreversíveis, um ritmo, um som seja ainda cristalino. Mas não compreendo a ausência do “ei, tenho algo a dizer”.

Eu não gosto de falar de capitalismo e nem da palavra. Mas a indústria da música com o único e certeiro objetivo de ser mais indústria do que música (o que se trata de uma obviedade) causa essa falência criativa. O esquema de jabás (que sempre existiu, mas encontrou o ápice no início dos anos 90 após a liberação de concessões de rádios FMs “a torto e direito” por Sarney e ACM), a MTV e as disformes gravadoras sitiam a autonomia dos artistas.

O que explica a volta das bandas dos 80’s com “ao vivos”, reciclagens, acústicos através da própria MTV que não consegue sustentar sua marca somente com as modinhas, precisa de conceitos, de conteúdo.

Eu que estou ficando velha, existe uma crise (que talvez nem seja considerada “crise”) na identidade do jovem no Brasil, fazer e ouvir música não é mais como antigamente? Ou estou atrofiada musicalmente? Ou os quatro juntos?

Entendo que as possibilidades musicais num mundo em que as linhas de identidade cultural são tênues, se não já inexistentes, em que tudo é tão mundial, porém sinto falta do algo à brasileira com significados sociais, ambientais, políticos, de humor (até para ser “escrachado” é preciso percepção). As idéias e manifestações surgem do contexto em que seus agitadores estão inseridos. Foi assim nos anos 80, com a transição infinita, complicada e muito desejada da Ditadura para Democracia, a abertura internacional, a in/ estável geladeira de preços de Sarney, situações que faziam brotar do ardor juvenil palavras e sons.

História à parte, o fato é que antes o jovem não tinha espaço e lutou para ser ouvido. Hoje, ele é tem o espaço, liberdade de sobra e não sabe o que quer ou acha que não tem o que dizer num mundo em que questões diversas estão fervilhando. Ou não quer dizer nada mesmo porque aparentemente já tem tudo. Certamente o jovem não enxerga algo que pode ser mais importante: um motivo para agitar que não esteja absorto no seu próprio umbigo.

terça-feira, novembro 27, 2007

Por você...tem limites, ora essa!

"Por Você
Eu dançaria tango no teto
Eu limparia
Os trilhos do metrô
Eu iria a pé
Do Rio à Salvador...
Eu aceitaria
A vida como ela é
Viajaria a prazo
Pro inferno
Eu tomaria banho gelado
No inverno...
Por Você!

Eu deixaria de beber..."

Eu deixaria de beber...
aí você já tá pedindo demais...

segunda-feira, novembro 26, 2007

Fim da Mostra

A Mostra de Cinema acabou sábado. Infelizmente porque não sei o que vai ser de minhas noites sem os curtas, com os quais desenvolvi uma ligação mais que afetiva. Felizmente porque minha coluna e a resistência ao ar-condicionado se esgotaram.

Cheguei ao fim, por um lado, chateada por não ter participado da Oficina de Roteiro que eu queria tanto e também porque perdi meus óculos de grau. Ah! E não resisti ao refrigerante todos os dias, isso é muito grave. Rs.

Por outro lado, reencontrei amigos, conheci pessoas, me diverti muito e assisti muita coisa legal:

Os curtas:

Gravidade
Piruetas
Pixinguinha e a Velha guarda do samba
Paralelos
Comprometendo a atuação
Noite de sexta, manhã de sábado
Saliva
Augusto na Praia
Yansan
Vida Maria
E ai, irmão?
Trecho
Homem Estátua
A Maldita
Perto de qualquer lugar
Cine Zé Sozinho
Cabaceiras
10 centavos
O Crime da Atriz.

Os longas:

Eu me lembro
Serras da Desordem
Batismo de Sangue
O Céu de Suely
Baixio das Bestas
Estamira
Cão sem Dono
Fabricando Tom Zé



Mas dentre os infinitos momentos, dois micos de dois amigos não irei esquecer:

Amigo chega numa rodinha onde as pessoas conversavam e numa intromissão ímpar fala com um professor:
- Você vem amanhã ver Batismo de Sangue? Um ator do filme vai estar aqui!
Professor: - É, é esse aqui. (e aponta para o tal ator (Léo Quintão) que estava do lado do Amigo).

Nós todos conversando com Hilton Lacerda, roteirista e diretor de Cartola.
Amiga vira e pergunta: - E o filme de amanhã, Baixio das Bestas, você assistiu?
Hilton: - Fui eu que escrevi o roteiro.

Até a próxima Mostra.

quinta-feira, novembro 22, 2007

Emoções à flor da pele e cenas intensas – Os curtas de terça à noite.

O início da noite do quarto dia da Mostra Cinema Conquista foi recheada de sentimentos fortes graças aos dois curtas-metragens que precederam o tão esperado documentário “Cartola – Música para os olhos”.




“Noite de sexta, manhã de sábado” (PE/Ucrânia 2006) abriu a noite. O filme de Kleber Mendonça Filho, traz, como já indica o nome, a noite de sexta de um rapaz de Recife voltando para casa depois de uma festa, passando por lugares comuns, como posto de gasolina, de conveniência. O rapaz faz uma ligação em inglês para uma garota de um país distante (depois nos créditos descobrimos que é a Ucrânia) e diálogos com poucas, mas intensas e íntimas palavras, dividido por um silêncio doído e triste.




A saudade é o pano de fundo do drama filmado em preto e branco com imagens granuladas e planos que valorizam espaços e localizam a situação dos dois protagonistas. Sem seguir nenhum padrão, o diretor abandona a preocupação com a reprodução estática e faz uso da câmera impaciente, conduzida à mão durante todos os 15 minutos acompanhando a trajetória do casal do ponto em que iniciaram a conversa até o momento em que chegam à praia.




Os cortes secos são elementos fundamentais, mas alcançam o ápice quando numa sintonia com o som ambiente, geram uma seqüência belíssima e emocionante. É o momento em que, numa tentativa quase que desesperadora e dolente, o casal utiliza as únicas ferramentas que tem em comum naquele momento: o sol, o mar, a areia, para se sentirem conectados um ao outro. Uma cena extremamente sensível e verdadeira. Na conversa, a sugestão de tirar os sapatos, sentir a areia, molhar os pés, olhar para o sol, e o espectador acompanhando passo a passo de cada etapa.




“Noite de sexta, manhã de sábado” quase não arrancou aplausos do público do Centro de Cultura, talvez pela estranheza causada em alguns pela “quebra” de padrões estéticos e significados, ou, melhor, estavam talvez todos paralisados saboreando toda melancolia de sentimentos tão reais de um filme tão sincero.




“Saliva” (SP 2007), de Esmir Filho, o segundo curta da noite traz um tema muito mais leve, adolescente, mas não menos intenso. Qual menina de 12, 13 anos que sonhou, suou ou tremeu só em pensar no primeiro beijo? Qual menina não disse que nunca ia beijar na vida e mesmo assim ensaiou beijando o espelho? São essas experiências quiméricas que precedem o momento inesquecível de tantas garotas que fazem de “Saliva” um filme verdadeiro e muito divertido.




Esmir Filho se aproveita do elemento água para representar brilhantemente o nojo da troca de saliva que uma garota dessa idade tem. Está tudo inundado em “Saliva” e somos transportados para uma narrativa surreal de imaginações e sentimentos bem familiares. Este sim conquistou a platéia de cinéfilos presentes.

quarta-feira, novembro 21, 2007

Asneira da cabeça de para-raio.

Quer ouvir besteiras inacreditáveis? Ana Maria Braga!

"Tem o refrigerente zero, não tem?
Tem a fome zero, não tem?
E tem também o recruta zero.

Mas o que você precisa conhecer mesmo é a culpa zero.
(...) porque você não é nossa senhora, você é um ser humano".

segunda-feira, novembro 19, 2007

"É dia de descanso, nem precisava tanto"

A tarde de domingo (18/11) da Mostra foi marcada pela ausência de público. O que é de se estranhar numa cidade como Vitória da Conquista que abriga mais de três faculdades, uma universidade estadual e estudantes e professores sempre resmungando sobre a falta opções de lazer, entretenimento e cultura.

Os comentários das poucas pessoas que fizeram questão de prestigiar o evento era que o motivo do vácuo foi o feriado (supondo que muitos viajaram por conta do dia 15 novembro) e justificativas como “a divulgação foi estranha”. Desculpas a parte, o fato é que na apresentação de Piruetas (BA/2007) a produtora do curta-metragem presente no evento dispensou o microfone e a frente do palco para fazer sua apresentação mais perto dos pouco mais de 20 espectadores, incluindo nesse número diretores, outros produtores e o pessoal da organização. Uma verdadeira vergonha.

Em um desabafo na comunidade de Conquista no Orkut um cinéfilo desabafa: “(...) mas cadê os conquistenses? Cadê os universitários ditos engajados? Cadê os ditos politizados que passam horas em comunidades virtuais como esta, discutindo política, muitas vezes de forma vazia resumindo-se a picuinhas do tipo “meu canditato/partido é melhor que o seu”? Cadê as autoridades políticas (inclusive algumas presentes na noite anterior, mas pelo visto era só pra figuração)?Pior é depois ter que ouvir que “Conquista não oferece nada de interessante pra fazer”. Queria acreditar que a presença de poucos foi por conta do feriado prolongado, mas acho que não, porque o show de reggae após a sessão de sábado “bombou””.
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O primeiro curta a ser projetado foi “Gravidade” (PB, 2006) um filme experimental de 6 minutos de Torquato Joel. “Gravidade” é mórbido, cores escuras, ambiente sujo, insetos, deserto, abandono e um homem nú devorando algo identificável. Uma composição de som e imagem numa seqüência que se repete três vezes em ângulos feitos por uma grua que se ampliam a cada reprise. O experimento parece querer estimular a reflexão sobre a situação de decadência que o ser humano pode alcançar, ou não. É tão estranho que se torna deveras interessante. Algo para assistir mais de duas, três vezes para uma interpretação mais segura.

Depois, foi a vez de “Piruetas” de Haroldo Borges. Um curta de 14 minutos quase sem diálogos filmado em São João da Mata, no interior da Bahia. “Piruetas” quase não possui diálogos, mas é recheado de grandes emoção ao contar a história de avô e neto que vêem no circo um refúgio para a monotonia da cidadezinha que afeta, visivelmente, a relação entre os dois.
O circo exerce um poder forte sobre os dois capaz de aproximá-los. Uma obra singela e tocante.
O longa-metragem da tarde de domingo foi o aclamado “Serras da Desordem” (RJ 2006). Apesar de ter no folder da programação que a projeção seria em película, o documentário de Andréa Tonacci foi apresentado em DVD. Imagem digitalizando, cores distorcidas, diálogos inaudíveis comprometeram a apreciação da obra. (In)felizmente “Serras da Desordem” foi um dos três ou quatro longas em DVD da Mostra. O filme mescla documentário e ficção, encenações e realidade distinguidas pela intercalação de cenas em preto e branco e coloridas. Conta a história do índio Carapirú, que sobrevive a um ataque de fazendeiros (momento em que perde boa parte de sua família) e passa décadas tentando sobreviver sozinho pelas serras do centro-oeste.

Que venham os outros dias da Mostra e que seja bem diferente desse domingo no quesito presença de público.

domingo, novembro 18, 2007

Abertura da Mostra Cinema Conquista: homenagens, cinema e música.

Cinema, oficinas, seminário, lançamento de livros, shows e muita arte e cultura. Vitória da Conquista é palco da III Mostra Cinema Conquista – Um olhar para o novo cinema que começou ontem (dia 17/11) no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima.

Depois de duas edições com sede no tradicional Cine Madrigal, a Mostra 2007 excede as outras em números e grandeza. Com uma estrutura superior no quesito extensão, o Centro de Cultura dispõe de um espaço que possibilitou ampliar as atrações do evento. No foyer do local estão expostos cartazes de filmes, um quiosque para venda de livros, mostragem de material reciclado, além do bar vendendo lanches e bebidas. Tudo isso se transformou em um ponto agradável de encontro e até mesmo uma área mais que descontraída para jornalistas realizarem suas entrevistas e anotações. Na parte externa, foi montado um palco onde terá apresentações de atrações musicais locais todos os dias após as projeções da noite.

Na entrada do Teatro foi distribuído um folder com toda a programação do Centro de Cultura, da Cine Tenda Brasil (montada no Bairro Brasil) e da Mostra Cine Cidadão (que percorrerá vários bairros da cidade). Os espectadores também receberam uma edição especial do Jornal- laboratório Oficina de Notícias produzido por estudantes do Curso de Comunicação Social – Jornalismo da Uesb com matérias sobre alguns filmes e vídeos, homenagem ao cineasta Glauber Rocha e a Esmom Primo (coordenador do evento), entrevistas e depoimentos.

A abertura, marcada para as 19:30, teve início quase uma hora depois. Nada que comprometesse o evento, afinal estavam todos em clima de confraternização. A solenidade contou com a “comissão de frente” dos realizadores e apoiadores do evento: o prefeito professor José Raimundo Fontes, o reitor da Uesb, Abel Rebouças, o secretário de cultura e lazer do município Gildelson Felício, o coordenador geral da Mostra Esmon Primo, dentro outros.

O primeiro a se pronunciar foi o reitor da Uesb. Abel falou sobre a importância do apoio da universidade em eventos como a Mostra não só para comunidade acadêmica mas como também para o incentivo à cultura para toda comunidade conquistense. O reitor ainda confessou ficar admirado com a valorização do cinema brasileiro na Europa, após ter prestigiado uma mostra de cinema latino-americano na Espanha.

Com um discurso caloroso, o prefeito José Raimundo Fontes saudou Esmon Primo pela presença incessante na cultura da cidade e arrancou aplausos do público em uma homenagem póstuma a Jorge Melquisedeque, idealizador juntamente com Esmon do Projeto Janela Indiscreta que há 15 anos leva o cinema para a comunidade, desenvolvendo debates e incentivando a apreciação da Sétima Arte. O Prefeito também comentou sobre a importância de valorizar o cinema nacional não só como entretenimento mas como uma forma de reconhecer a nossa própria identidade cultural e assim escapar do “imperialismo dos Estados Unidos” na questão cinematográfica.

Este ano a Mostra Cinema Conquista assumiu completamente sua brasilidade. Durante 8 dias serão projetados 22 longas e 42 curtas-metragem exclusivamente nacionais. Para começar as projeções o longa escolhido foi “Eu me lembro” (BA/BR 2006) do diretor baiano Edgard Navarro que marcou presença apresentando seu filme. Navarro (que ganhou um troféu em homenagem), ostentando um bom humor especial, foi aplaudido ao confessar que não conseguiu seguir o protocolo ao não cumprimentar a “comissão de frente”. Disse se sentir verdadeiramente lisonjeado por ser convidado a participar da Mostra em Vitória da Conquista, terra de Glauber Rocha, e segundo ele, uma cidade espiritualizada por estar mais perto do céu (devido a altitude). O diretor encerra contando que estava em “estado de graça, cheirando a bumbum de bebê”(fazendo alusão à música de Gilberto Gil, “Palco”).

Depois da projeção de “Eu me lembro” e das perguntas e respostas dos cinéfilos com o diretor, foi entregue um troféu ao teatrólogo Gildásio Leite, grande homenageado da Mostra.

O encerramento ficou por conta da banda de reggae Ramaiana.

Bom lembrar que para qualquer exibição de vídeos, longas ou curtas, a entrada é franca.

Veja a programação completa no site: www.mostracinemaconquista.com.br



Texto publicado no blog da Mostra: http://mostracinemaconquista.uniblog.com.br

Entrem!

sexta-feira, novembro 16, 2007

Pega Leve, meu amigo, quem tá pedindo é a Nova Schin!

A Nova Schin lançou a campanha do verão. Como não podia faltar, Ivete Sangalo (ah, como estou cansada dessa mulher) canta o jingle, mulheres semi-nuas preenchem o comercial de televisão e, como sempre, ninguém bebe a cerveja durante todo o VT.



Era mais uma campanha de cerveja até o momento em que abri a revista Veja (adoro ver as propagandas, são tantas e sempre tem uma novidade, algo que preste na Revista) e tinham 12 páginas para lançar a campanha Pega Leve.




"Pegar leve é conhecer pessoas sem medo de ser enganado"

As imagens já chamam atenção por conta própria. Nada de muito novo no conteúdo, jovens, praia, garrafas e latas de cervejas ilustradamente convidativas, sorrisos e alegria geral do verão (daquelas que a gente espera, espera, espera pelo recesso do ano-novo, quando acontece enfim passa tão rápido e já é hora de voltar ao trabalho).


"Pegar leve é ser desencanado"


No entanto, as fotos são realmente muito bonitas, inspiradoras e com acréscimo das frases, do desenvolvimento do mote, a Campanha ficou muito bem acabada.




"Faz você ter mais amigos, mais abraços" e "Pegar leve é tomar uma cerveja depois de um dia suado"


Só o chavão “Pegar Leve” sendo utilizado em inúmeros significados já é algo a se considerar. Pegar leve: a cerveja leve. Pegar leve: levar a vida numa boa. Pegar leve: beber com moderação, “e pegando leve com a vida, meu amigo, a vida pega leve com você” (das imagens abaixo). Simples, mas uma boa sacada.



É uma campanha que prova que mesmo trabalhando com todos os clichês é possível fazer algo com muita criatividade. Uma campanha muito cativante. Mas ainda assim, não troco minha Skol por nada.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Aniversário do Núcleo.

Estou meio atrasada com os posts. Muito trabalho, sol, cansaço e computador formatanto, tudo conspirando contra.

Mas enfim,

Sexta feira (dia 9) foi o dia do aniversário de 1 ano do site Núcleo Universitário (http://www.nucleouniversitario.com.br/). O Núcleo é um portal com notícias, artigos, críticas, comentários, fotos, reportagens... Um espaço para a galera da universidade e das tantas faculdades da cidade (professores, estudantes e funcionários, etc..) expor opiniões, bem democrático, independente e, o que é mais legal, pioneiro pela região. Interessante para todos os públicos.

A comemoração lotou o Café Don’Antônia. Muita música, muita gente conhecida e a maioria, em massa, do Curso de Jornalismo da Uesb.

Jornalista não perde nada. Foto de gente formada e calouros. Amigos e gente que nem conheço.


Coincidiu de ter no dia uma exposição de foto antiga no foyer do Café. Um toque a mais à festa.


Aproveitando a exposição para tirar uma foto "Os outros"



Parabéns ao Núcleo e à Caíque (idealizador do site) que está vencendo todas as dificuldades de apoio, patrocínio, investimento e boa-vontade.

Sempre que posso “dou o ar da minha graça” com algumas palavras. No entanto, fico na sede de ver mais textos sendo publicados de ex-colegas e dos que ainda estão estudando pela universidade. Falta mais participação, mas as coisas estão mudando...pra melhor!

Fico feliz pelo Núcleo.

terça-feira, novembro 13, 2007

Pose para foto depois da morte do bezerro
Caras e bocas para o teste de uma tragédia grega de quinta
Visual modernex para quem não tem nada na cachola
Um buraco na boca para mostrar quem tu és
Tapa o olho com uma franja que a luz do dia contraria
“Ahhh ninguém me entende”.

Sou feliz por não ter vivido a adolescência dos Emos.
Nunca fui tão feliz em ser normal.

quarta-feira, novembro 07, 2007

Indicação - Cria Design




O Cria Design (cria-design.blogspot.com) é o espaço de portfolio do meu amigo Raphael Flores.
Lá ele mostra seus trabalhos, artes independentes e serviços prestados para empresas ou para agência de publicidade em que trabalhamos. As artes, em Corel e Photoshop, são de folder, outdoor, banner, cartaz, flyer, cartão de aniversário, cartão de Natal e afins mil. Rapha também faz restauração de fotos e cria logomarcas.



Vale a pena conferir. Não é porque ele trabalha ao meu lado o dia todo, mas o cara é muito criativo até mesmo quando há limitações do cliente para idéia da criação.







O Cria também é um espaço para contato. Caso alguém se interesse pelo trabalho do Rapha é só mandar uma mensagem!






segunda-feira, novembro 05, 2007

Tropa de Elite - Bê a Bá da chapa quente.

E nós já estávamos nos sentindo uns Ets. Conquista é uma cidade sem valor para a empresa que administra o cinema daqui. Demora a chegar as películas e muitas vêm dubladas. Óbvio que raio cai sim senhor na cabeça de azarado mais de uma vez, tanto que não foi diferente com Tropa de Elite. Pelo menos o filme é falado no legítimo brasileirês. Eu estava vendo a hora de passar na TV aberta e não estrear por aqui. Mas enfim, ontem fomos nós (nós, resistentes,que amamos tanto a boa qualidade de som e imagem e fomos mais fortes que a curiosidade) assistir à história mais badalada (ou “baladada”) do ano.
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Embora cada crítica e comentário possam compartilhar e divergir opiniões com outras críticas e comentários e ainda assim agregar algo de novo, acho que não irei escrever algo que já não tenha sido escrito sobre o filme de José Padilha.

Talvez eu não tenha saído chocada do cinema pelos spoilers, pela expectativa, pelo furdúncio, pela nuvem de discussões sociais antecipadas. O que aconteceu foi a ratificação de um meu antigo sentimento de que a solução para os problemas de corrupção, o desdém das autoridades e falta de estima pela vida do ser humano está a cada dia mais distante. O documentário Ônibus 174 e os livros de Caco Barcellos, Rota 66 e Abusado, já feriram, como diria o Baiano de TE, minha “consciência social” (com sentido um pouco distinto ao do traficante). E feriram muito! Inundei as lágrimas do meu Rota 66 e demorei a me recuperar de Ônibus 164 pelo retrato social aprofundado que ambos me apresentaram.

Mas Tropa de Elite é ficção e muito da bem feita. Cenas de tiroteio, de tortura (aliás, felizes os atores torturados, quase achei que era verdade), som de primeira que só poderia mesmo ser “saboreado” numa sala de cinema, diálogos autênticos e momentos de humor (humor negro, na maioria das vezes) acertados e sem excessos. Alguns atores deixaram a desejar, mas quando se tem Wagner Moura exibindo uma interpretação hipnótica, pode-se dar menos atenção aos outros (sem tirar os créditos de ninguém!).

É um filme que foi feito para ser levado a sério. O brasileiro se encontra em uma situação de paranóia, de medo constante e de desilusão total, principalmente aqueles que vivem dos dois lados da Cidade Maravilhosa. Essa condição de stress coletivo e de apreensão é manifestada na construção do personagem do Capitão Nascimento que apresenta um cansaço e uma frustração bastante familiar. Todas os insultos à nossa moral descendentes da corrupção das policias, da hipocrisia enraizada na sociedade (não uso “burguesia”, todas as classes estão envolvidas de alguma forma), da punição negligenciada pela Justiça cansam até mesmo aqueles que não movem uma palha para que a mudança comece a acontecer (que é o caso da maioria de nós). Mas o que fazer com a falta de educação, de cultura, de saúde, de oportunidades, não é mesmo? Estamos perdidos e Tropa de Elite cumpre o papel de mostrar isso. O triste é que os discursos são esquecidos com a mesma velocidade em que foram reproduzidas as cópias piratas do filme.

Não achei Tropa de Elite “fascista”, como dizem por aí. Tende, como toda a história, para um lado e é o lado do personagem principal, que narra o filme.E concordo com Pablo Villaça quando ele diz que “acusar o diretor de Ônibus 174, um dos documentários mais poderosos, complexos e reveladores já produzidos sobre nosso país, de “fascista” é, no mínimo, um sinal de preguiça mental”. E muito menos vejo o Capitão Nascimento como um herói, afinal ele também tortura e conhece o sistema. Ele é mais uma vítima das circunstâncias reais desse mundo sem deveres, sem direito, sem ordem e sem civilidade ou é cúmplice das barbaridades de mão dupla, que sobem e descem o morro através de policiais a quem tentamos confiar a nossa segurança e de homens traficantes bandidos que nasceram em um país sem oportunidades e não temem por nada nesse mundo por estarem tão calejados de falta de atenção.

Tropa de Elite é um infinito gerador de debates. E me arrepio em pensar que apesar disso é uma obra de ficção que não engloba nem a metade dos enigmas a serem decifrados e dos problemas a serem enfrentados para enfim termos um país mais vivível. Será possível? Talvez sim, quando pararmos de falar e escrever e começarmos a agir.

quinta-feira, novembro 01, 2007

Mostra Cinema Conquista 2007.


Um dos eventos mais esperados pelos cinéfilos sedentos de espaço.

Ainda não saiu a programação no site dos 22 longas e 42 curtas que serão exibidos do Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima e nem os filmes que serão exibidos em praça pública nas tendas Cine Brasil e Mostra Cine Cidadão , mas as inscrições para as oficinas e seminários já estão abertas e são gratuitas.

Lançamentos de livros e a presença de diretores, roteristas, professores, escritores de diversos lugares desse país estarão por aqui de 14 a 24 de novembro.

Eu, certamente, tentarei uma folga para os três dias da oficina de roteiro com Wilson Lacerda e minha presença nas sessões será diária.... com fé em Glauber Rocha!

Uma realização da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, daUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia e do Programa Janela Indiscreta Cine Vídeo da Uesb.

Mais info: http://www.mostracinemaconquista.com.br/