quarta-feira, abril 30, 2008

Persépolis





"Persépolis" é a história autobiográfica de Marjane Satrapi, uma menina que cresce no Irão durante a Revolução islâmica. O filme narra a trajetória dela durante sua infância e parte da juventude, uma vida marcada por tragédias,pela intolêrancia política e o fundamentalismo religioso de uma época. Com muito humor e cheio emoção, Persepólis assume um lado bastante humanista e sentimental que se contrapõem às guerras e conflitos que fragmentaram as relações familiares dos iranianos nos anos 80e 90.

A perspectiva de toda situação social através do olhar da pequena Marji e as mudanças na vida do oriente médio com a introdução da cultura norte-americana são pontos interessantes e divertidos do longa, que concorreu ao Oscar de melhor animação.

Particularmente, eu achei Persépolis muito fofo.

Fica a dica.

Perspective - A cura de Lost




Conheço umas quatro pessoas que precisam se juntar à este programa pela cura de Lost (menos eu, claro).

terça-feira, abril 29, 2008

Pesadelos.

domingo, abril 27, 2008

Tarde de domingo.

Caminhando sozinha durante a tarde de hoje, domingo, tive uma sensação de nostalgia de um futuro não muito distante. Não havia identificado o que era exatamente até ver uma garota pendurada no orelhão gritando: “ahh que saudade”. Achei a origem da melancolia: a época em que cheguei à Vitória da Conquista... em 2002.


Dia 22 de abril deste ano fez 6 anos que eu moro aqui, no sudoeste baiano. E logo no inicio não tinha nada pior do que as tardes de domingo. Nos dias de semana tinham as aulas, tudo era novidade, a universidade era o mar pra Colombo. Sábados e, especialmente, os domingos eram um terror. Hoje eu penso como fui corajosa ou como eu estava desesperada para sair de casa e “ganhar o mundo”. Coragem minha e das centenas de estudantes que se mudam para estudar sem conhecer uma alma penada na cidade do novo lar. A saudade de domingo não é brincadeira... Pode até fazer desistir os menos persistentes e devotados. Mas a parte boa da parte triste, faz crescer: “é agora ou nunca, se eu posso agüentar a ausência total daquele mundo e enfrentar com a força de minhas próprias pernas a saudade, a solidão e a falta de um rosto conhecido (e geralmente a falta de um conforto mínimo e do dinheiro) eu posso qualquer coisa nessa vida”.


No entanto, antes de se sentir um ser desgarrado e experimentar os prazeres da nova vida sem o pai, a mãe, irmãos e os amigos de sempre, muito chororo é despejado nos orelhões mil. Lembro-me de alguns dias mais desesperadores desta fase, em que eu soluçava pedindo pra minha mãe que ela fizesse o dia passar rápido porque eu não agüentava mais o silêncio das ruas. O silêncio é o maior vilão desta história, depois da distância e da cruel rapidez em que acabam as unidades do cartão telefônico.


Com o tempo, tudo passa. Mas mamãe eventualmente ainda recebe umas ligações choramingonas.

Subindo a rua da minha casa e pensando sobre este post, numa tarde silenciosa de um domingo quase chuvoso.

Metal Créu.



Esse menino é o mais novo orgulho de Vitória da Conquista.

Ganhou até matéria no Globo.

http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL427123-9798,00-DANCA+DO+CREU+GANHA+VERSAO+METALEIRA+VELOCIDADE+CINCO.html

Letra:

O Metalcreu ele tem destruição
O Metalcreu tem é agressividade
O Metalcreu ele é mauito mais fodão,
e vai botando pra fuder em suas 5 velocidades.

Já chorei de rir. Várias vezes.

sexta-feira, abril 25, 2008

O Canto da Sereia, a escolha de um livro e tudo mais.

Minha escolha pelo livro da vez é bastante peculiar. Se não fosse, talvez não fosse a minha escolha, não é mesmo?
Então, recapitulando: a forma como escolho os livros que eu leio é muito própria. Ou não. Como sei que só tem uma pessoa no mundo que escolhe o livro pela “capa”? É... o livro tem que ser bonito, agradável e atrativo visualmente. Quando digo “capa” me refiro a toda estética do livro: a capa, a cor das páginas, a fonte e seu tamanho, o espaçamento do parágrafo... a maneira que desenvolvo para cada leitura depende de como o livro se apresenta. E antes de ele se apresentar pela essência de sua literatura, observo o seu rostinho. Quando bonito, minha aposta para uma futura leitura apetitosa é alta. Quando feio, sem graça e sem jeito, meus olhos viram de desconfiança.

Mas não só isso. Julgar pela “capa” é como dizer que toda loira é burra. É quando leio a sinopse (é de cinema!!!), claro. Numa primeira leitura já sei se vou gamar na história, mesmo que ela seja um fracasso (o que eu só vou saber no final).

Bati o olho, gostei e a premissa me agradou: é esse! Não tenho preconceito com autores ou gêneros (exceção para auto-ajuda, que eu posso até ler se me prometer ser engraçado).

Muita gente que conheço escolhe os livros porque está entre os 10 da Veja, ou porque todo mundo está lendo (que é uma redundância), porque tal autor é conceituado em tal tribo, porque o amigo leu e amou, porque é uma história de amor... Até leio estes livros, mas não por tais motivos.

Isso tudo era pra dizer que na viagem à Sampa visitamos muitos sebos. Em um deles, entre tantos livros que eu poderia ter comprado por “obrigação acadêmica”, olhei para aquela capa bonita do “O canto da Sereia” de Nelson Motta:
- Vou levar este livro.
-Por que?
- Porque é bonito.
- Hã?
- É.. além disso, a história se passa em Salvador.
- (cara de ?)
- E é legal, olha... na terça-feira de carnaval um assassinato e blá, blá, blá.
- Tem certeza? Olha tem tanto livro aqui...
- Não. Quero este.



Terminei de ler O Canto da Sereia ontem. É legal, envolvente, sem ser muito sensacional e sem ser medíocre demais. Realmente, o fato de ser desenvolvido pelas ruas de Salvador e por se tratar de algo possível de se acontecer (ah, não quero contar) faz a leitura divertida, mesmo se tratando de um “noir baiano”.

As palavras “noir baiano” são tão bonitas juntas que eu gostaria de ler o livro só pela bela sonoridade desta junção. Um “noir baiano”.. olha que coisa mais interessante.... E é mesmo.

quinta-feira, abril 24, 2008

Moinho.

Eu tenho mania de guardar o Caderno 2 do A tarde e "ler quando tiver tempo". Então, imagine só, às vezes minha mesa parece um depósito de jornal com as páginas mais interessantes do periódico baiano. Entrevistas, dicas de lazer em Salvador, cinema, exposições, tirinhas, palavras cruzadas e as novidades da música. Ahh, a capital...

Tentando organizar minha desorganização ou desorganizar minha organização, achei um 1/4 de texto sobre a Banda Moinho e outro 1/4 com uma fotona de Toni Costa, Lan lan e Emanuelle Araujo. A matéria é sobre o lançamento do álbum de estréia da banda, o "Hoje de noite", que traz o "samba baiano como carro chefe". Com dois anos na ativa, Moinho tem umas músicas bem embaladas e é mesmo uma mistura do Rio com a Bahia.

A matéria diz que no álbum tem a participação de Nando Reis, Davi Morais e Mart'nália. Mas eu ainda não pude ouvir inteiro porque não achei pra baixar (a comunidade Discografias já foi mais eficiente comigo).

De qualquer forma, o som não traz nenhuma novidade esplendorosa, mas supri minha necessidade de conhecer batucadas novas. O clipe de Esnoba é legal, sem muitas pretensões, mas ainda tem aquela "Emanuelle do axé" deveras sedutora, como seus cabelos pra lá e pra cá, um pouco exagerada para o tipo de som proposto, devo salientar. E Lan lan.. meu sonho é vê-la sem pensar em Cássia Eller. No entanto, estas são observações além da música, que ouvindo agora "Carnaval" me lembra um pouco Sandra de Sá.

Acabei de descobrir também que "Esnoba" é o tema da histérica Rakelli, da novela das 8.Acho que preciso ouvir a televisão quando ela estiver ligada.

Site para conhecer o Moinho de forma instantânea : http://www.myspace.com/omoinho


Clipe de Esnoba

quarta-feira, abril 23, 2008

Um resumo fotográfico do fim de semana.



























O slogan da sua empresa pode estar em um ditado qualquer

Fazenda Carma - Quem planta vento, colhe tempestade

Viação Tartaruga - Devagar se vai ao longe

Restaurante Self Service - Aqui se faz, aqui se paga

Self Service Sushi Bar - Quem tem pressa come cru

Tagarela Tur - Quem tem boca vai à Roma

Centro Cardiológico Blecaute - O que os olhos não vêem o coração não sente


(o que a gente não faz com o tédio de uma longa viagem, hein Luiz?)

terça-feira, abril 15, 2008

Pareço uma adolescente em processo de auto afirmação.
Problemáticos estes vinte e poucos anos.
Quem não se dá ao prazer de ser normal deveria ser considerado louco.
Tudo bem que tudo tem limite, não vou ser nenhuma abitolada pelas coisas convencionais, não vou viver sempre naquele mundo dos comuns. Não nasci pra isso.
Definitivamente, não.

Mas não entendo a necessidade de parecer superior. Às vezes soou assim. O que eu acho uma pena. Lanço uma culpa recriminatória sobre mim nesses momentos. Não que eu ache a minha mente tão mais iluminada que a do outro, não que eu seja tão mais extraordinária que a figura ao lado. Mas em certos momentos quero matar aqueles que não compartilham da mesma opinião minha e que gostam de coisas que eu considero bobas e pobres, mesmo eu sendo a rainha adoradora de fenômenos considerados bobos e pobres (chinfrins, não) por outras pessoas.

Então se eu cansar das palavras difíceis, apelo pro clichê.
Quando eu cansar do filme francês, vou pro estádio ver um jogo.
Se eu cansar da Nação Zumbi Bebel Gilberto, dos Beatles, do Queen ou da quinta sinfonia de Beethoven, vou ouvir Backstreet Boys e Cansei de Ser Sexy.
Se eu cansar do livro, vou ver a novela das 8.
Quando eu cansar de estudar, vou ler a Nova.

Pra que usar poetas, antropólogos e afins se eu posso dizer tudo com minhas próprias palavras?

Como diria Samuel Rosa: “Os filósofos não dizem nada que eu não possa dizer” (hehe)

(Quanta incoerência. Comecei de um jeito, terminei de outro... who cares?)
Vamô galera, acorda!
Ainda temos vinte e poucos anos!
Pra que lamentar tanto da vida se ainda temos forças de sobra?
Pra que reclamar que ganha pouco se ainda temos um mundo de possibilidades pela frente?
Pra que nos amuar se somos livres, independentes e a única responsabilidade é com o que reflete no espelho!
Vista aquela roupa, cante aquela música, saia acompanhada, sozinha.
Não desperdicemos nossa juventude com essa falta de coragem, com essa preguiça infinita.
Vamos aproveitar enquanto somos bonitos e jovens.
Vamos ser "sem-vergonha".
Vamos aproveitar a vida, suga-la ao máximo, saboreá-la intensamente.
Os holofotes estão em cima de nós.
É agora. Nossa vida, só nossa, é agora.
Depois será tudo como antes.



E vamos repetir estes clichês, estas frases piegas, até nosso tempo de fato passar.

segunda-feira, abril 14, 2008

quinta-feira, abril 10, 2008

Os donos da noite.


Os donos da noite (2007), de James Gray.

Este drama policial ambientado nos anos 80 é capaz de deixar você muito bem acordado mesmo nos dias de maior cansaço. Fica a dica.

sábado, abril 05, 2008

A letra R de todo lugar e de lugar nenhum.

Alguém que lê esse blog tem a noção do que é ter um complexo de personalidade? Uma coisa meio Jason Bourne, essa de não saber de onde pertenço. Como diriam os Titãs (todos eles juntos em uníssono) “sou de lugar nenhum, sou de lugar nenhum”.

Todo esse desassossego vem da letra R, essa Ridícula. Além da velocidade, do ritmo, da entonação e da distinção fonêmica de cada sotaque que esse Brasil nos apresenta a letra R é a vilã na vida de quem sai de uma região para outra. Quando sai de São Paulo e vim morar na Bahia era a escola em peso: “fala porta”. E eu, tímida que era (na verdade eu tinha idéias assassinas para cada um que me fizesse de idiota desse jeito, mas preferia esconder minha maldade atrás de um ser pré-adolescente palerma) falava “POrrrrrrTA”, igualzinha Sandy naquela música que marcou meu aniversário de 10 anos.

Aí, cada vez mais ridicularizado, massacrado e humilhado meu sotaque foi se escondendo e eu fui forçando o bainês para ser aceita pela comunidade infanto-juvenil da escola como um ser normal.
Quando meu pai me ligava de São Paulo e eu falava SORRRVETE com o R vindo da garganta e não da língua, ele falava: “já ta pegando o sotaque hein!” e com todo o preconceito dele “ai meu deus, minha filha já ta virando uma baianinha”.

“E agora? O que faço?”, a confusão na minha cabeça crescia mais rápido do que as constrangedoras pedrinhas nos meus seios. Ao invés de assumir meu sincretismo, ser uma paulistana- baiana e seja o que Deus quiser, fiz o que parecia ser mais fácil e que me deixa seqüelas até hoje: passei a “comer” o R. Então era “pota”, “sovete”, “pupurina” , “unifome” . As críticas continuaram do mesmo jeito (fala direito menina!), mas pelo menos eu não era mais daqui e nem de lá, era de lugar nenhum.

Hoje eu sou mais daqui do que de lá, assumi minha identidade, tomei um ultimato na minha vida e por supremacia sou muito mais baiana. Mas ainda não sei o que fazer com o R. Bem que dizem que os traumas de criança são carregados pra vida inteira. To “pedida”.

O trabalho.



O blog com periodicidade mais irregular do mundo é o meu. Mas o motivo do meu desleixo, da minha ausência comigo mesma tem um nome. Uma palavra muito conhecida por todos nós, em especial jornalistas que têm a sorte de estarem empregados: trabalho.

Esses dias eu recebi uma mensagem muito carinhosa dizendo que “trabalho” vem do latim tripalium que significa instrumento de tortura. Imagina aí, você chega em casa sete e tanta da noite, exausta, prestes a matar o primeiro que perguntar o porquê daquela sua cara abatida, doida pra tomar um banho e dormir mas ainda levou afazeres para casa, e recebe uma mensagem comprovando o que você pensa o dia inteiro: estou sendo escravizada com meu próprio consentimento!

Enfim, eu estava (e ainda estou, na verdade) envolvida com quatro vídeos desenvolvidos para o Ibametro. Eles (o pessoal do Ibametro) estão fazendo um trabalho de diagnóstico de algumas feiras do interior da Bahia e fomos contratados para produzir uns docs a fim de ilustrar a pesquisa. Então, neste trabalho em que fiz produção, direção, texto e roteiro, eu muito me diverti apesar de tudo. Ir à feira, em especial as de cidades pequenas como a de Itapetinga, Livramento, Brumado e Rafael Jambeiro nos faz entrar em contato com tantas histórias, é onde a narrativa de cada pessoa se soma e se transforma em uma única realidade, onde acontecem encontros de culturas e de vidas, um local de singularidades. É o contato com a pobreza, com o descaso, mas também carreguei lições de esperança e de persistência.

Voltando de Jambeiro - esperando Deus mandar um pau-de-arara pra me levar.


Apesar de reclamar demais de cansaço e de repetir inúmeras vezes “se eu ainda ganhasse bem!”, a recompensa disso tudo é no final você olhar pro fruto de tanto suor e saber que saiu legal dentro das limitações impostas. Aí, podem até não reconhecer, mas estarei orgulhosa de ter dado conta do recado.