quarta-feira, julho 18, 2007

Congonhas caos


A Linha Jabaquara-Tucuruvi, a Linha Azul, não era a que eu mais “freqüentava”. Na época, quando eu ainda era criança, era chamada de Linha Norte-Sul ou Jabaquara-Santana. Às vezes precisávamos atravessar (sair do Tatuapé, Linha Vermelha, Leste/Oeste ou Corinthians-Itaquera/Barra Funda) a cidade de metrô para fazer alguma coisa no Jabaquara. Ir no Playcenter, pegar um ônibus no Terminal Intermunicipal e outras coisas que eu nem me dava conta do que estava fazendo, só acompanhando minha mãe em algum lugar.
Jabaquara é pertinho do Aeroporto de Congonhas e eu no ápice da idade daquelas perguntas que os adultos não sabem responder, perguntava para minha mãe como podia ter um aeroporto daqueles, com tantos aviões indo e voltando toda hora, no meio da cidade. E ela: “A cidade foi crescendo...”


Acidentes de avião acontecem em qualquer lugar, por diversas razões, de diversas maneiras. Mas um aeroporto como o de Congonhas abriga um perigo maior: a pista estar a metros de edifícios altíssimos, de casas onde os moradores vivem, ou tentam, viver normalmente. É assustador. Não sei se quem está lendo o texto agora já teve a oportunidade de ver “pessoalmente” o que é o Aeroporto de Congonhas. As proporções são bem mais assustadoras do que se vê na televisão. Qualquer erro é fatal.


Tragicamente, outro acidente da TAM. Diferente daquele de anos atrás que invadiu casas e ruas, mas não menos triste. A discussão dos perigos que a localização do Aeroporto volta e a torcida é que providências possam ser tomadas dessa vez. O que é muito difícil, envolve muito dinheiro, interesses comerciais...


Enfim, é um fato que me choca, não estou mais lá por perto e nenhum avião em que eu estava já pousou em Congonhas (sempre me certifiquei de que iria para Cumbica, quando eu ainda ia de avião visitar meu pai), mas ainda lembro e reproduzo aquela minha pergunta inocente, como se fosse fácil remover as coisas do lugar: “como pode deixar que aquilo ainda exista?”

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