sexta-feira, agosto 31, 2007

A volta dos que foram

A frase que vou soltar agora é de tão clichê, feia. Mas que, como quase todos os chavões, é uma verdade universal. “Os que foram não voltam mais”. Ah sim, existem os que defendem a vida após morte e similares, porém não vou entrar nas crendices religiosas que sempre são tão polêmicas e variadas e vou partir mesmo do pressuposto de que quem morre, morre mesmo e já era, não volta nunca mais. A grande questão que inunda minha mente essa manhã de sexta-feira é realmente esse nunca frase anterior.

Quando a morte leva O Alguém, ele deixa de existir nesse nosso mundo, nunca mais o veremos andando pelas ruas, nunca mais conversaremos com ele (quer dizer, os esquizofrênicos podem ter esse privilegio), mas durante algumas gerações carregamos o morto querido em nossas lembranças, em nossas histórias nesse universo abstrato da nossa memória. Somente durante algumas gerações. Depois somos esquecidos para sempre. Exceto aqueles que ganharam espaço entre as páginas da História e estão imortalizados pelos livros, pelos discos, pelas invenções e etc...

Então o nunca pode demorar a vir um pouco porque, volta e meia, em alguma data do ano, em algum momento do dia, com um gosto, um cheiro, uma música, uma palavra você vai se lembrar daquela pessoa que morreu. No meu caso, dessa madrugada foi com um sonho. Um sonho com meu avô João, pai de minha mãe. Seu João Fernandes teve um ataque cardíaco fulminante há uns cinco, quatro anos, já estava doente. Eu não o via, quando ele morreu, há quase 10 anos. Essa noite ele apareceu no meu sonho, saudável, o negro bonito que ele era, com todos os pormenores, o rosto, a jaqueta o jeito de olhar. Ele tinha voltado para me ver e falou: “Você se tornou a mulher bonita que eu sempre disse que você ia ser” e me abraçou. E meu avô realmente sempre dizia isso, até porque na época ele não tinha muito pra quem falar, uma vez que eu era a única neta. Acordei assustada, mas com uma sensação boa de saudade e depois fiquei pensando que eu sou a única geração de netos de Seu João que tem condições de lembrar com mais detalhes. Depois que eu “passar” as lembranças diminuirão, meus filhos só saberão da existência do bisavô e os filhos dos meus filhos talvez nem ouvirão sobre.

Nenhuma descoberta fenomenal, nenhuma novidade. Somente devaneios decorrentes de um sonho muito bom em que encontrei meu avô João.

segunda-feira, agosto 27, 2007

Indicação

"Hannah e suas irmãs" (1986) conta a história das três irmãs que protagonizam relacionamentos embaraçosos, difíceis, estranhos, mas intensamente verdadeiros e familiares. A história é cheia dos diálogos enérgicos e engraçados e expõe um tema tão sério e dramático numa comédia singular, inteligente, crítica e cheia de momentos emocionantes, características inconfundíveis do diretor Woody Allen.

Allen, além se ser um mestre na arte de transportar para as telas sentimentos de maneira tão forte e peculiar, valoriza em seus filmes cada detalhe das paisagem, sobrepõe muitas vezes detalhes que são impercepítiveis e que fazem parte da composição, da junção de elementos tão próprios. Por essas e outras que pode ser tão interessante assistir a uma obra de Woody Allen.

"Hannah e suas irmãs" pode ser encontrado da Canal 3 vídeo-locadora, assim como alguns outros filmes de Woody Allen:

Scoop
Match Point (Ponto Final)
Melinda e Melinda
Celebridades
Desconstruindo Harry
Todos dizem eu te amo
Crimes e Pecados
A rosa púrpura do Cairo
Zelig
Manhatan
Noivo neorótico, noiva nervosa
O dorminhoco
Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo mas tinha medo de perguntar


Canal 3 - Praça do Fórum - 3422-3788

sábado, agosto 25, 2007

Nunca mais eu bebo.

O que faz uma pessoa tão consciente de si encher a cara daquele jeito?
O que faz uma pessoa misturar champagne, com vinho, cerveja e um estomâgo vazio?
Decepção, o mundo as vezes é muito cruel, as pessoas são muito boçais e insuportáveis e o jeito para aguentar todo o desprezo guardado no peito é recorrer desesperadamente para esses entorpecentes líquidos.

Mas no outro dia você se dá conta de que essa não foi uma boa idéia e juntamente com essa constatação vem a pergunta básica: "passou um caminhão em cima do meu corpo?"

O desprezo gira para si: "isso é coisa de gente fraca". Cada qual tem seus momentos, não é?

E até agora existem as náuseas. Da ressaca e dos boçais insuportáveis.

Nunca mais eu bebo.

quinta-feira, agosto 23, 2007

Rapha - O Precursor


Cinco motivos para odiar a nova moda de slides ( ou seja lá qual for o nome disso) do orkut.

1- Não servem pra nada, só ocupam espaço e deixam a página de recado uma imundice.
2- Tocam músicas irritantes e não tem uma vez que eu não tome um susto com aquilo.
3- Contêm frases com ensinamentos e reflexões piegas ao extremo.
4- Só as pessoas sem criatividade mandam um desse para um amigo se sentir especial.
5- São horríveis.

“Dono” Raphael mandou o primeiro que recebi pra me testar, mas como eu sei que foi de pirraça vou usá-lo para servir de exemplo. Vou deixar claro que quem me mandar essa coisa pra mim, deve estar consciente de que vai ser deletado sem ser lido.

quarta-feira, agosto 22, 2007

Indicação - A Revolução dos Bichos



A "Luta de Classes" é o tema de uma das obras mais reconhecidas de George Orwell. A história dos animais que planejam e realizam uma Revolução contra os humanos é uma conotação da qual o autor utiliza para criticar a burguesia, o tolalitarismo e as desigualdades sociais. Qualquer lembrança à Lênin, Stálin e Trotsky não é mera assossiação. Orwell parece trabalhar justamente com os fatos ocorridos nesta revolução socialista, sem dúvida a mais forte e influente de toda História. A Revolução dos Bichos mostra como as ideologias podem ser contraditas de acordo com o "local" em que seu idealizador se encontra na hierarquia social, como a classe proletariada pode ser manipulada e como o uso da violência é a forma mais efetiva de repressão popular.

Se aquela História da Revolução Russa no início do século passado ainda dá um nó na sua cabeça, leia A Revolução dos Bichos. Além disso, a leitura é agradabilíssima.

segunda-feira, agosto 20, 2007

Festival de Inverno Bahia - 2007

Eu não quis escrever nada sobre o Festival antes dele acontecer para não expressar opiniões precipitadas. Mas o que eu esperava aconteceu. Exatamente o que eu esperava, com mais algumas poucas surpresas positivas. No entanto, entre mortos e feridos salvaram-se todos e a diversão rolou de qualquer jeito na sexta e no sábado, já que eu não tinha nenhuma razão de aparecer lá no domingo.
Aqui vai uma impressão muito particular dos shows do palco principal que eu vi:

Sexta

Elomar – cadê Elomar? Dizem que já tinham avisado, dizem que já era esperado: Elomar entrou e saiu do palco que ninguém viu (pelo menos ninguém que eu conheço). Dizem que ele deu “piti” pra dar entrevista no camarim, mas que durante o show fez até brincadeirinhas (depois de muito procurar achei alguém que viu). Parece que ele tocou umas três músicas e foi embora, com o estrelismo habitual. Pra mim, só consolidou a impressão de gente antipática que ele tem. Artista, pra eu gostar, deve tem o mínimo de carisma. O que o nosso Mestre dos Magos conquistense não tem, não importa o quanto ele seja importante paa música regional etc, etc... e tudo mais que os intelectuais adoram.
Nota: 4 (pelo menos ele apareceu!)


Leoni – Zzzzzzzzz. Quase dormi no show do Leoni. Não porque as músicas eram lentas, românticas, mas ele é realmente devagar, um cantor de barzinho. Eu também não gosto das letras dele. Então, nenhum atrativo.
Nota: 7 (pelo menos ele só cantou músicas conhecidas)

Lulu Santos – Entrada fenomenal, do nada! Já comecei gostando disso. A versão de “Deixa isso pra lá, vem pra cá o que é que tem” foi muito legal. Mas embora o show tenha sido bastante animado, foi mecânico.
Nota: 8 (eu me diverti)

Ira! – Eu digo sempre: para gostar do Ira! tem que entender o contexto em que a banda “nasceu”, aí depois é ame ou deixe-a. Caso contrário, você não vai entender a postura dos caras no palco ( Nazi rodando o microfone como aquelas lendas do rock, por exemplo) vai achar as letras horrorosas e tudo muito chato. Realmente não é uma banda muito “gostável” (a não ser pelo Acústico MTV, que eles estão bem mais digeríveis), mas eu amo de verdade e o show foi espetacular, apesar das falhas na voz de Nazi (o “bichinho” já ta ficando velho e sem fôlego). Eles tocaram as clássicas, as do Acústico e as 11 músicas do álbum novo, o que foi a melhor coisa que eu mais gostei. Eu me vi quase sozinha cantando as músicas. Muita presença de palco, Scandurra dando o show particular. O show que eu espera e mais um pouco.
Nota: 10 (claro!)

Sábado

Café com Blues- Tristemente perdi esse show.


Danni Carlos – Metida a sexy, forçada e uma mania irritante de gemer em todos os momentos possíveis das músicas. Gostei muito da banda, do som pesado, do repertório, mas dela....
Nota: 7 (a banda realmente é legal!)

Paralamas do Sucesso – O momento que eu mais esperava! Uma apresentação perfeita só com os milhares de clássicos e outras músicas legais que eu nem esperava que eles tocassem como “Vou sair pra ver o céu, vou me perder entre as estrelas”.
Nota: 10 (sem dúvidas).

Papas da Língua: Ô chatice.

Apesar de não ter sido, em nada, um Festival parecido com os outros (em animação, em atrações, em organização...) tiveram coisas que valeram realmente a pena, como:

Pontos Positivos:

Espaço Gourmet: Parabéns pela organização do espaço. Muitas opções de comida e bebida, um ambiente legal e ainda aquele palco alternativo com voz e violão.

Espaço Letras e Prosa: A livraria-café conseguiu um espaço bacana, colocou uns quadros em exposição, livros e claro o Café! E ainda dois sofás pro pessoal descansar. Nada muito cult, simples mas aconchegante. Gostei.

Maratona Uesb- Silva Calçados – Uma gincana em pleno Festival! Eu acho interessante esse tipo de atividade, bem interativa.

Concurso de vídeo feito pelo celular
– Eu não vi o resultado e muito menos uma divulgação do concurso durante o festival, mas a idéia foi bem legal, principalmente porque foi voltada para estudantes do Ensino Médio.

Não choveu! – A organização do Festival não coordenava o tempo, mas foi um ponto alto do festival a ausência da chuva.

Pontos Negativos:

Qualidade do som
– Foi muito triste isso. O som do palco principal estava pior do que o do Festival do ano passado que já estava pior do que o primeiro. No início show do Paralamas eu coloquei a mão na cabeça e falei: “ô gente.... não faz isso não!” Até microfonia aconteceu, o som do baixo estava mais alto, nada de equalização, ruídos... Um som bom deveria ser prioridade.

Comprovante de matrícula na entrada – Aliás, não teve. Tanta polêmica, tanta ameaça, pra chegar na porta e dizer que não precisava de comprovante de matrícula!?

Pista de Patinação no Gelo – Pista pequena e valor muito alto para o tempo que podia patinar.

Espaços alternativos – Se foi intencional, achei burrice. A maioria das melhores atrações do Palco Principal tocou ao mesmo que as melhores atrações dos palcos alternativos. Um exemplo foi Simone Sampaio e Paralamas. Quando acabava uma coisa, acabava outra e não tinha mais nada pra fazer. Além disso, diminuíram o número de atrações na Tenda Eletrônica.

Grade de Proteção da Grua – Garantiam boas imagens com aquela Grua, mas a grade de proteção era muito grande e tomou um bom espaço da frente do palco. Quem ficou lá na frente ficou apertado e quem ficou atrás não enxergava. Os cabos da câmera pendurados ficou feio.

O tapete – Não esticaram aquele pano para proteção da grama.. Embolado, vi muita gente tropeçando nele.

Assaltos – Muitos assaltos!

Falta de telão – Se você não ficar pelo principal esperando a atração entrar, corre o perigo de perder boa parte do show. Isso porque não tem como saber quando começou o show. Um telão perto da Tenda com imagens do Palco Principal, por exemplo, iria evitar que isso acontecesse.

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Constatação

Aquele Alex , a “voz” do Festival, é realmente uma mala e constatei “ao vivo”. Além de ser possuidor de uma voz irritante e extremamente forçada, ele é ignorante e chato. Alex entrevistava os artistas antes de entrarem no palco e meu sonho era ouvir uma pergunta pertinente. O exemplo foi a entrevista feita com Ira! e eu fiz questão de memorizar. Depois de uma introdução chinfrim, ele pergunta para Nazi sobre o visual Wolverine por ele adotado. Poxa, o cara não sabe que esse visual foi coisa de mais dois anos atrás e que Nazi nem usa mais! Alex vira e pergunta pra Scandurra, um dos maiores artistas do rock nacional, como é a emoção de tocar numa cidade baiana que faz frio e termina a entrevista perguntando para Nazi como foi a parceria com a Pitty, também coisa ultrapassada. O mais bonito foi o fechamento da entrevista em que Alex diz que, quando você for comprar o CD novo tem que levá-lo numa carroça, porque está “da pesada”. O que me irritou, além disso tudo, foi que ele só mencionou o álbum novo, mas não fez nenhuma pergunta sobre. E o Ira! subiu no palco e tocou 11 das 12 músicas de “Invisível DJ”. É certo que perguntas pouco elaboradas devem ser feitas numa situação daquelas, mas devem sempre, sempre devem ser coerentes!



No geral, me diverti muito no Festival, mas nada que se iguale às outras edições.

quinta-feira, agosto 16, 2007

Coca + Mentos


“Cuidado hein, Um Cara morreu depois que comeu um Mentos e tomou Coca-Cola” foi assim que o Rapaz do Caixa de um restaurante reagiu quando eu peguei um Mentos e acrescentei na minha conta do almoço. Coincidentemente, no caminho entre mesa do restaurante até o caixa, uma dúvida me atormentava: “Tomo uma Coca Zero ou compro um Mentos?”. Optei pelo Mentos por nenhum motivo especial. Quando o Rapaz do Caixa falou sobre a fatalidade eu cai na risada achando que ele estava de brincadeira. Mas o rosto dele continuou com aquela expressão séria, me advertindo sobre o perigo da mistura trágica. Uma Moça do Caixa reforçou: “É sério! Você não viu o vídeo na internet? Eles colocam um monte de Mentos dentro de um monte de Coca-Cola e explode tudo” e o Rapaz do Caixa conclui: “Deve ter sido isso que aconteceu com o cara que morreu. Só estou te avisando...”.
Quase desisti de levar o Mentos, mas não ia “dar ousadia” à essas lendas populares. Cheguei no trabalho e contei pra todo mundo. Todo mundo soltou um: “O queeee, você não sabia? Você não viu o vídeo?”. A pessoa mais desatualizada do mundo das experiências e curiosidades bizarras sou eu, me senti assim.

Depois eu fui pesquisar na internet... como as coisas realmente se espalham! Na comunidade “Coca-Coca + Mentos” (10.548 pessoas e existe desde 2005) um cara jura que O Cara morreu mesmo... e as teorias e os relatos da galera sem muita coisa pra fazer são super engraçados.

Para quem ainda não viu o “espetáculo” da Coca-Cola com Mentos:

http://youtube.com/watch?v=hKoB0MHVBvM&mode=related&search=

E a comunidade:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=6345356
"Bestage" pura!
;-)

terça-feira, agosto 14, 2007

Indicação


Secretária: um advogado sádico e uma secretária masoquista. Eles foram feitos um para o outro.
Uma relação doentia, mas morbidamente divertida.

Com Maggie Gyllenhaal (Lee Holloway) e James Spader (E. Edward Grey). 2002, 104 min.

Disponível na Canal 3 Vídeo Locadora (3422-3788)

segunda-feira, agosto 13, 2007

Obrigada pelas opiniões no post sobre Criança Esperança.

sábado, agosto 11, 2007

Criança Esperança, dinheiro, poder ou soliedaridade?

O que você acha do Criança Esperança, hein? Eu to perguntando porque além de querer saber o que você pensa sobre o Projeto, eu realmente não consigo construir uma opinião sólida sobre esse assunto durante anos. Mas não me esforcei também, nunca parei para analisar e nem procurei saber como funciona.

A propaganda é massiva na TV Globo: os atores em foco emprestando sua imagem para atrair o público, a amostragem dos resultados das doações, comercial dos shows e, claro, “para doar sete reais...”. Hoje eu parei pra tentar julgar, como faço superficialmente todos os anos, se que esse dinheiro é revertido em boas ações. É muito difícil pensar em solidariedade de puro coração com tanta grana envolvida e acreditar que aqueles 15 milhões de reais arrecadados vão para crianças carentes. Eu sou muito cética com relação a esses negócios, principalmente quando se tratam de questões, empresas e pessoas com muito poder nas mãos. No entanto, é perceptível que nem tudo é fake, e que muitas coisas estão acontecendo com o dinheiro do Criança Esperança e a própria emissora realizadora do Projeto mostra alguns resultados de “norte a sul” do país.

Quem não sabe de nada ou quer saber mais, pesquisa. Foi o que fiz, e entre outras coisas sobre o Projeto achei uma nota de esclarecimento da UNESCO:

“Em virtude de mensagens que circulam na internet com falsas informações sobre o Criança Esperança, a UNESCO esclarece que:
1. As doações para o Criança Esperança são diretamente depositadas em conta administrada pela UNESCO, que destina esses recursos única e exclusivamente para projetos sociais implementados no Brasil. Nenhuma doação do Criança Esperança passa pela Rede Globo.
2. Por se tratar de uma agência das Nações Unidas, doações para a UNESCO não são dedutíveis no Imposto de Renda, que veta supressão de contribuições feitas a organismos internacionais. Dessa forma, é inverídica a suposição de que a Rede Globo obtém benefícios fiscais com a campanha Criança Esperança. A Rede Globo, assim como a UNESCO, não se beneficia de qualquer recurso de abatimento fiscal em função do Criança Esperança.
3. Todo ano, por meio do jornalismo e da grade de programação da emissora, a Rede Globo e a UNESCO divulgam para a sociedade o trabalho realizado pelos projetos sociais que recebem recursos da campanha Criança Esperança. A lista completa dessas iniciativas está neste site, bem como informações gerais a respeito do projeto.
A UNESCO lamenta que pessoas ou grupos propaguem informações falsas para prejudicar um projeto que se destina a beneficiar, com recursos e exposição de temas, um dos mais sensíveis e vulneráveis segmentos de nossa sociedade. Aproveitamos a oportunidade para agradecer aos milhares de brasileiros que há 21 anos contribuem com o Criança Esperança, permitindo que até hoje se tenham destinado recursos para apoiar mais de cinco mil projetos sociais.”



Tem outras coisas que eu gostaria de saber. Será que os artistas que participam dos shows recebem cachê? Quem paga os custos dos shows e divulgação são os apoiadores? Não deveria ter uma prestação de contas mais clara para população que transcendesse os comerciais institucionais com histórias de vida que mudaram depois da ajuda do Criança Esperança?
Apesar de estar absorta em tantas dúvidas, tenho uma opinião bastante segura: muitos doadores são seduzidos pelo mundo encantado da televisão e as campanhas publicitárias do Criança Esperança que dão conta do recado na hora de deslumbrar e despertar aquele espírito de responsabilidade social. Esse espírito que deveríamos ter todos os dias, todos os meses do ano. Mas passamos por uma mãe com a criança na rua com frio e fome e o máximo que fazemos é “ô meu Deus que situação...” e pronto. Vamos embora para nossas vidas confortáveis e no calor da nossa casa doamos um dinheiro para o Criança Esperança. Um tipo de alívio de consciência, mas aquela mãe e criança nunca vão saborear um leite proveniente daquele dinheiro. Para ser solidário, temos que olhar em volta, para aquelas crianças de nossa cidade, de nosso bairro. Quantas instituições precisando de uma ajuda mínima, quantas pessoas precisando de atenção e carinho, aí do seu lado.

Enfim, o que eu quero saber mesmo são as opiniões dos meus cerca de dez fiéis comentaristas e daqueles que entram no blog e nunca comentam: o que vocês acham do Criança Esperança?

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Falando nisso, para você que mora em Conquista participe do Campanha do Agasalho da UESB. Deixe aquela roupa que você não usa mais ou usa pouco em um dos postos de arrecadação. Eu sei de três: Bom Preço, Supermercado Cuiabá e o Museu Regional (na praça Tancredo Neves). Ou ainda, pegue sua doação em roupa e dê pra pessoa que você viu na rua com frio, compre três pães e pergunte se está tudo bem com ela. Não vai resolver todos os problemas, mas te garanto que a noite vai ser um pouco menos desconfortável. : )

quinta-feira, agosto 09, 2007

Lembranças da infância


Minhas 10 boas lembranças da infância que guardo a sete chaves na memória:

1 – Quando ganhei a “Barbie com Piscina.” Minha mãe jogou a caixa do presente no terraço quando um helicóptero passou e disse que tinha sido o Papai Noel. É claro que eu acreditei, afinal eu tinha deixado o bilhete na meia para o velho.

2 – Meu cabelo comprido e liso. E essa lembrança se divide em três sub-lembranças: minha vó Dete penteando meu cabelo por horas, meu pai que adorava escovar meu cabelo domingo a tarde com toda delicadeza e minha mãe passando Detefon na minha cabeça, eu pegava muito piolho na escola, era horrível (a última não é tão boa lembrança).

3- Tio Carlos (que era apenas um amigo da família) me levava pra brincar no Parque do Piquiri com suas sobrinhas de verdade, minhas melhores amiguinhas, Daniela e Juliana. Ele gostava de empurrar a gente no balanço e contar piadas no caminho de volta.

4 – Meu pai me buscava pra passar o final de semana na casa dele, a gente parava num boteco e ele tomava umas e eu jogava no fliperama. Ele adorava dizer: “Conhece minha filhona? É linda né? Puxou ao pai”.

5 – Minhas apresentações de dança na escola. Não esqueço duas, em especial. A do Rambo (vestida de Rambo, numa coreografia super legal ao som de “Rambo, Rambo, Rambo, uô, uô, uô, Rambo, Rambo, Rambo, o importante da vitória é acreditar”). E a do Chocolate ("de Chocolate, choco, choco chocolate bate o meu coração").

6 – Quando eu passava tardes trancada no apartamento em São Paulo, assistindo Jaspion, fingindo ser radialista ou apresentadora de TV, picando papel e jogando pra cima sorteando coisas.

7 – Quando chegava na casa do meu pai eu me escondia no quintal, ele entrava sozinho e dizia pro resto da família que eu não tinha ido. Depois eu entrava e gritava: “Surpresa!”. Todo final de semana era a mesma coisa e todo mundo fingia estar surpreso tão naturalmente....

8 – Meu primeiro amor: Márcio. Era loiro, inteligente, lindo, divertido. E tinha 8 anos, minha idade! (Claro, éramos da mesma sala, normal, mas eu achava que não, era o destino!) Como eu era apaixonada por ele! Só tinha um problema: era corintiano. Meu pai nunca deixaria ele se casar comigo.

9 – Teve uma seqüência de aniversários que a cada ano minha mãe aumentava um “andar” do bolo. Era sensacional, eu esperava ansiosa pra saber como ia ficar grandão. Desde pequena adoro o dia no meu aniversário. Nunca tive nenhuma festa grandiosa, mas lembro da maioria delas e de como eu me divertia. Minhas tias faziam o possível e o impossível pra me deixar feliz.

10- Quando minha mãe deixou que eu escolhesse o nome da minha irmã (Paula). Foi a coisa mais legal que me aconteceu. Escolher o nome de uma pessoa! Era demais pra uma criança!

quarta-feira, agosto 08, 2007

Músicas do inferno popular e seus representantes

Sábado passado estava eu na aula da Pós e recebo uma mensagem do meu namorado que tinha passado a noite na minha casa: “Tem uma filha do demônio no apê do lado gritando desesperadamente músicas do inferno popular*”. E eu respirei aliviada por ele ter sentido na pele o que eu sinto todo dia quando aquela infeliz resolve abrir a boca para cantar ou quando, para o desespero geral dos meus preciosos tímpanos, ela coloca um dos valiosos CDs de música do inferno popular. Meu coração partiu ao ler a mensagem, mas pelo menos alguém mais se irritou tão profundamente quanto eu que já estava achando que era intolerância minha.

Eu até compreendia o direito dela assassinar minha tranqüilidade do lar aos finais de semana com músicas tão arrebatadoramente de mau-gosto porque ela tem o direito de ouvir e cantar o que gosta (mesmo sem eu entender como alguém pode ouvir uma aberração sonora daquelas) dentro do apartamento dela. Então eu continha minha impaciência e tomava algumas providências para não mais ser vítima de tanta perturbação, como colocar no ouvido músicas do “paraíso popular” travando uma batalha que geralmente eu ganhava pelo simples fato de minhas canções serem introduzidas diretamente no meu cérebro através de um fone.

Ah sim, antes que chegue a pior parte devo dizer que minhas vizinhas (e não tenho idéia de quantas são) adoram uma conversa sobre homens, festas, e todas as putarias possíveis quando combinam esses dois elementos acrescidos de bebida e um arrochazinho básico. E gostam mesmo de compartilhar o papo. Umas periguetes do mais alto escalão. E ouse fechar a janela do seu quarto para ter sossego! Além de não ter o direito de ficar em silêncio, impedindo a entrada do som com um fechar de janela eu ganho uma frase bem educada: “Ave Maria, agora a gente nem pode conversar mais nesse prédio!” Pode sim, querida, se você soubesse conversar.

Agora, eu acho que uma delas descobriu sua verdadeira vocação. Acha que encontrou seu dom cantando no banheiro, às 6 da manhã. No entanto não é uma cantoria matinal comum, daquelas de quando você acorda feliz e sai cantarolando pela casa. Não, antes fosse. É um despertador voluntário muito do desgraçado e estrondosamente alto. Essa revelação do mundo musical do inferno popular dos cantores de banheiro da pior espécie aconteceu há uma semana e acho que ela percebeu que obteve sucesso, se a intenção era pirraçar meu sono. O que eu fiz para merecer, meu Deus? Ser acordada uma hora antes por uma voz estridente. Começou com Tim Maia. Meia hora de banho da mesma música. E eu acordei pensando: “pelo menos é Tim Maia” (que não faz parte da lista dos representantes do inferno popular), mas foi esse dia. Os outros foram a tal da Pisadinha, completa, todinha, integralmente (ou parece ser toda porque demora a chegar ao refrão que era a única parte que eu conheci, por um infortúnio do destino, na semana passada). Como uma pessoa pode acordar cantando isso durante meia hora de banho?
Não sei se quero uma resposta.


*As músicas do inferno popular são todas aquelas derivadas do que há de pior da música brasileira como o arrocha e suas milhares e inacreditáveis ramificações, por exemplo.

terça-feira, agosto 07, 2007

Abra as pernas e relaxa.


Talvez o momento mais constrangedor para algumas mulheres seja a hora da consulta ginecológica. Para as mais pudicas então.... deve ser um horror.

Primeiro que não tem como fugir dessa fatídica sessão de tortura que implica um diálogo sobre suas relações sexuais e de toda sua saúde íntima com uma pessoa que nem é sua amiga (no caso das primeiras vezes). Temos que fazer os exames periódicos porque, principalmente no caso das pessoas que fazem sexo com freqüência, o bem-estar alheio pode estar em questão, e o seu também. Mas não só isso, os motivos de se ir ao médico ginecologista podem ser variados: corrimentos, irregularidades no clico menstrual, TPMs, coceiras sem razão aparente ou aquelas doenças assustadoras que a gente vê nos livros da escola.

A conversa que precede a outra parte pode dar um alívio reconfortante (redundância?). Você pode descobrir que não tem nada e é tudo paranóia (no caso de não ser uma visita de rotina) e se você tiver alguma coisa só os exames dirão. Isso se a médica for agradável, se ela sorrir, se fizer de compreensiva, der aquela atenção tão prezada e que geralmente “passa batido” pelos Doutores claramente menos apaixonados pela profissão. E é uma coisa realmente humilhante e revoltante sentar numa cadeira, desabafar todos os seus problemas, todas as suas dúvidas, expor suas dores e dizer, através de um prévio auto diagnóstico, a ridícula constatação: “Eu acho que é um câncer” e o médico nem olhar pra sua cara direito.
Voltando ao Caso Ginecologista, essa é a especialidade da medicina, assim como a Urologia, que o médico deveria fazer de tudo para o paciente de sentir a vontade, porque na hora do “agora você ali no banheirinho, tira toda a roupa, inclusive o sutiã, coloca o avental e volta aqui”, até as menos envergonhadas sentem um pouco de constrangimento. Não é um exame divertido. Eu penso que esses consultórios deveriam ter algum atrativo de distração, que nem nos de Pediatria. Aí você pensa que ela é uma profissional, vê aquilo o dia todo, faz aquilo todo dia e até que esquece que está deitando naquela cama e colocando as duas pernas pra cima, se abrindo para uma estranha.

P.E. – Pausa para explicação: refiro-me ao profissional como “Ela” porque a minha é “ela”, mas já tive um ginecologista “ele” e foi a mesma coisa. Só acho que os homens não são capazes de entender minha TPM, então prefiro uma mulher.

Engraçado são os pensamentos: “ela deve ver X xoxotas por dia, em um mês devem ser X xoxotas diferentes”, “será que alguém vem sem tomar banho”, “será que ela comenta para o marido em casa: “Hoje eu vi uma xoxota tão feia””, até que sem querer sai minha pergunta: Você é casada? E ela responde, sem entender direito, mas logo esquece minha inferência , acaba meu exame das mamas (“Tudo em ordem!”) e desce. “Vou jogar um liquido que pode arder um pouco” (você já está cansada de saber disso) e pimba aquele ferro gelado apertando lá dentro. “Esse aqui rosinha é a parede da entrada do seu útero”. Onde? Na TV, oras. Agora assistimos ao exame com uma aula básica sobre as paredes do útero, e o que era um tédio acaba sendo divertido, interessante e didático! “Olá meu útero lindo e rosa!”, eu disse pra descontrair, mas ao mesmo tempo: “Tem uma câmera dentro de mim, assim sem anestesia, que estranho”. Acabou, volto daqui a seis meses se estiver tudo bem. E saio pensando: “Pena que os homens são machos e conservadores demais para contar a experiência deles”.

sexta-feira, agosto 03, 2007

Bad Day

Dias ruins acontecem. Ontem foi assim. E as vezes a única coisa que nos resta é rir. Hoje. Porque ontem quanto mais eu pensava que as coisas não estavam dando certo, menos davam certo. Lei de Murphy, esse idiota.

Além de todos os meus atrasos, desencontros, trapalhadas e toda falta de cooperação daqueles que passaram pelo meu caminho, três coisas me deixaram beeeeem frustradas. Aí, agora você deve estar esperando que eu realmente fale de coisas sérias, problemas que fazem a gente arrancar os cabelos e etc. Na-não. Algumas vezes o que faz a gente querer que o dia acabe logo são coisas tão medíocres que eu ainda penso se isso vale uma postagem de blog, quem dirá uma irritação persistente e incessante que abala as estruturas da minha auto-estima.

Começando pelo sangue do fígado. Maldito. Duas da tarde, já era pra estar no trabalho e eu ainda guardava as compras na geladeira. Compras que decidi fazer na hora do almoço porque como tenho aula da Pós nesse final de semana, não teria tempo de fazer outra hora. Era só tirar as coisas da sacola e jogar na geladeira, mas resolvi olhar para aquele tupperware com um bife de fígado cheio de sangue maldito e estragado como pude concluir olfativamente sem dificuldades. “Vou jogar logo isso fora”, pensei. Mas pra que né? Pra um fígado que estava lá a dias, uns tempos a mais sem ir pro lixo nem iam importar. Mas Murphy, o idiota, estava lá com seus sussurros no meu ouvido: “Joga logo fora, joga logo”. Quando abro a vasilhame (tupperware é mais chique) espirra sangue na minha camisa branca, dos Beatles, nova. Atrasada, com sacolas de compra pra guardar e com sangue na blusa adorada, pensando no almoço que não havia encontrado meu estômago e nas outras frustrações, joguei tudo na geladeira e sai assim mesmo. Cheguei no trabalho troquei de roupa e fui lavar minha camisa no banheiro, que ainda ficou pendurada na cadeira a tarde toda porque eu queria porque queria usá-la a noite.

Pois bem, texto de comercial pra criar e a melhor idéia que eu tive na verdade foi a pior idéia da minha vida. Usar o trocadilho ridículo “Agosto mês do desgosto” em um comercial de carro? Hoje eu digo: “tenha dó!” Ontem eu disse: “Vai ser isso mesmo”.
O que eu estava pensando na hora em que escrevi essa frase horrível no Story Board do comercial? No sangue maldito no fígado? Ou no almoço que não tive?
Obviamente o cliente não deve pagar o pato do meu, digamos assim, surto de falta de senso de criatividade, e quando meu chefe leu o texto ele só riu. Talvez a pior das coisas que pode acontecer é essa risada, quando você já está se sentindo meio desprovido de habilidades básicas como perceber de que aquilo era realmente uma idéia muito ruim.

Depois de uma reunião marcada na qual ninguém apareceu e talvez só eu tenha aparecido porque o encontro era no lugar onde passei a tarde inteira, no meu trabalho, segui para faculdade.
Aula divertida, professor descontraído e após eu ter sido muito feliz com um exemplo que foi utilizado quase na aula inteira (eu ainda insisti em abrir a boca), vejo as coisas mudarem pro meu lado e já me sentia bem melhor, mais inteligente. Mas não, o idiota do Murphy queria mais e então apareceu uma atividade em grupo em que as “respostas” deveriam ser escritas em um papel grande, daqueles que prendem em um cavalete para uma apresentação. Quem vai escrever? “Eu escrevo!", tomei a frente depois de algumas discussões já que eu não estava no ápice na minha destreza para responder algo. E lá se foi minha letra pro papel grande “Produto: tênis Marca: Nick”. O que? Eu mesma percebi antes de todo mundo, mas não dava pra apagar a tinta do piloto azul. Depois de tudo, essa sacanagem comigo era inaceitável e já me preparava para os comentários que de certo viriam, como vieram. “Você não sabe escrever Nike?” “Claro que eu sei é que....” Qualquer explicação seria pior, deixei pra lá e resolvi arrumar o erro, passando o piloto com toda força em cima das letras C e K. Pronto. O dia ali acabou pra mim. Me senti a pessoa mais burra do mundo, como se eu realmente não soubesse escrever “Nike” e não aceitava a explicação mais óbvia de que foi um grande lapso de memória acrescentado ao dia ruim, responsabilidade parcial de Murphy.
Queria logo que a apresentação acontecesse, mas para meu desespero o horário estourou bem na vez da minha equipe e a exposição do meu “Nike” emendado ficou para hoje.

Fui pra casa quieta, pensando “Deus, como eu sou burra, só falta não ter ninguém em casa e ter que dormir sozinha, que eu detesto.” Mas Larissa estava lá, enrolada no sofá e me abriu um sorriso quando cheguei. Depois que contei do meu dia super maravilhoso, ela confessa: “hoje me senti burra também, mas toda vez que me sinto assim penso que na oitava séria eu só tirava dez em matemática”. E eu, “é...eu tirei dez no meu trabalho final do Curso de Comunicação”, e ela: “Nós não somos burras, apenas tivemos um dia ruim”.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Observando a Imprensa

"Toda censura é burra, toda propaganda é enganosa

Por Alberto Dines em 31/7/2007

Com jeito, manhosos, os publicitários ligados à Associação Brasileira de Propaganda (ABP) vestiram a fantasia de quixotes e iniciaram uma cruzada contra o que denominam de "censura".
Aparentemente, pretendem barrar a proposta do Ministério da Saúde para disciplinar a propaganda de bebidas alcoólicas na TV e evitar que seja exibida em horário acessível às crianças e jovens. E, se forem bem-sucedidos, sobrarão argumentos para uma tacada final contra a classificação indicativa para a programação de TV, já adotada pelo governo.
A cruzada começou de mansinho com um comercial para rádio, mas na segunda-feira (30/7) foi exibido sem inibições no Jornal Nacional. O mote é irrespondível e irretorquível – "Toda censura é burra". Óbvio, ninguém pode ser a favor do controle de informações e opiniões, mesmo os grandes anunciantes.
Por falta de inspiração ou de convicção na mensagem que deveriam vender, os redatores acabaram oferecendo um texto confuso sobre tabus populares e "aqueles que vêem problema em tudo". No fundo, bem no fundo das suas cândidas almas, pensavam apenas nisso – toda propaganda é enganosa."


Muitos comentários do texto são interessantes também:

"Toda censura é burra, toda propaganda é enganosa, todo jornalista é sofista e todo leitor é tolo!"

"Esse pessoal da publicidade (há exceções) não quer saber de compromisso com a adequação etária de suas campanhas.(assim como as emissoras de tv) Censura é outra coisa. Tenho filhos de 10 e 14 anos e considero agressivas e desnecessárias certas cenas de novela e comerciais, que para encobrir vácuos criativos, se utilizam de "mensagens" de apelo sexual. E não me venham com esta estória de que basta mudar o canal. Quem tem filhos sabe que não é assim que funciona."

"Como assim “toda censura é burra?”. Burra é esta afirmação. Nem toda censura é burra. Algumas formas de censura são mais do que necessárias. Cito duas: quando os pais impedem que seus filhos tenham acesso a determinados conteúdos (pornografia, por exemplo), estão fazendo censura. É burrice? Quando um profissional de uma categoria organizada, que possui um Conselho e um Código de Ética, pratica um ato considerado anti-ético, uma das penas a que está sujeito é a censura pública. É burrice? Só por que os militares nos impuseram um tipo de censura, não podemos estigmatizar todo o conceito abarcado pela palavra. "

"Estou admirado, mas não muito, ao perceber que o Dines é favorável à classificação indicativa. Aos mais desavisados convém alertar que não se trata de nenhuma concessão, um reconhecimento de uma decisão certa por parte do governo Lula, mas é que o respectivo projeto/regulamentação é do ex-ministro da Justiça do FHC (não confundir com Renan Calheiros), do tucano José Gregori. Será que, se não tivesse um tucano na origem da coisa, o Dines seria favorável mesmo??"

"Começo falando das emissoras de tv. A classificação indicativa, tanto criticada pelos donos das grandes empresas de comunicação, é o mínimo que as redes de tv podem fazer. Não podemos esquecer que não são todas as famílias que possuem um senso crítico para definir e escolher qual conteúdo televisivo seus filhos podem ver ou não. Desta forma, aquele número pequeno no canto da tv, pode resolver e ajudar nesta questão. A audiência não vai cair por causa disso. O problema é que as emissoras de tv não querem dar satisfação de nada. As empreas de comunicação, principalmente as emissoras de TV, apregoam a liberdade de imprensa, mas de uma forma negativa. Desde quando liberdade de imprensa é colcoar cenas de sexo em novelas em um horário nobre, onde crianças podem ter acesso a este conteudo? E ainda não querem a classificação indicativa. As emissoras de TV nos apresentam uma programação rídicula, com bundas, peitos, Faustões e Gugus e acham que isso não deve ser, no mínimo, controlado. Falei das emissoras de TV, mas os publicitários entram, em alguns casos, neste mesmo grupo. Querem colocar suas propagandas no ar, não importa quem as vejam. Sejam crianças, sejam jovens e etc., o que importa é vender, atingir o maior número de pessoas. Ambos, publicitários e as emissoras de TV, querem a liberdade de fazer da nossa programação televisiva uma verdadeira bagunça. É isso. "


"Bem dito. E digo mais. Os publicitários sofrem de uma miopia intelectual insanável (para não dizer insana). Só porque ganham milhões para vender papel higiênico e sabão-em-pó (e candidatos malandros durante eleições) acreditam piamente que a complexidade das relações sociais cabe num reclame de 50 segundos e que as ciências humanas que ajudam a por ordem na barbárie natural (linguística, jornalismo, direito, sociologia, psicologia social, filosofia, história, etc) podem ser resumidas num bordão. Onde é que estes caras aprendem seu ofício? É com o Dr. Goebels? Alguém precisa dizer a eles que os nazistas JÁ FORAM DERROTADOS."


Fonte: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=444CIR003



Amanhã dou minha opinião, em especial sobre os comercias de cerveja.