sexta-feira, novembro 28, 2008

Esse não é mais um texto sobre deus

Uma vez eu questionei a história dos Três Reis Magos. Na verdade, nem era exatamente algo para ser polêmico, só queria saber quem eram, porque eram tão importantes, curiosidade mesmo... e o que a Bíblia dizia sobre o assunto. Convenhamos que três reis magos sendo guiados por uma estrela guia para presentear o menino Jesus é algo que incita a curiosidade para saber pelo menos quem enviou estes caras pro local da manjedoura. E depois assim, saber se dá pra engolir a história ou não.

Me chamaram de herege, ou melhor, insinuaram isso de forma abstrata, porque acusar o outro de heresia é um insulto da maior gravidade, unacceptable. Mas se dão o nome de heresia ao fato de eu parar para pensar que talvez haja muito mais por trás de toda essa “verdade”, que me chamem de herege então. Fé independe de religião, e fé não pode ser sinônimo de ignorância.

Falando em ignorância, é sobre algo semelhante que vim contar agora.

No dia dos meus questionamentos sobre os Três Reis Magos, uma amiga lembrou de uma história que “nãoseiquem” tinha contato na faculdade no dia anterior (mensagem abstrata para esfregar na cara minha suposta heresia).

Ele contou que um avião só com ateus entrou em pane e caiu. Quando foram verificar a caixa preta, a última frase captada foi: “Ai, meu Deus”.

Eu achei a história de uma pobreza secular, mas fiquei na minha. Nem vou entrar no mérito de que “Ai, meu deus” é muito mais uma expressão de força do que um chamado, porque não foi nesse sentido que “nãoseiquem” contou o caso

Fiquei pensando: na hora da aflição chama-se por Deus, certo? Ele é bom, piedoso e sabe de todas as coisas muito antes de acontecer. Ele sabia que aquele avião ia cair, mas deixou que acontecesse, mesmo que os aflitos passageiros, desesperados gritassem por seu nome (a história é ilustrativa, mas mesmo assim merece a reflexão). O avião caiu, todo mundo morreu e fim de papo. Para quem ficou vivo deixa-se a mensagem: “essa coisa de ateu é papo furado, no fundo a pessoa acredita tanto que pede a ajuda de deus nos piores momentos” ou “nunca duvide de deus porque um dia você pode precisar dele”. Minha primeira reação foi: e precisa derrubar um avião com pessoas para passar essa mensagem!?

Quando se está na mesa de um bar e se conta uma piada muito engraçada usando a tragédia é uma coisa, mas fazer uma espécie de pregação séria “matando” pessoas pra falar da existência de Deus? É disso que estou falando.

Depois inverti a situação na minha cabeça. Um avião cheio de pessoas que dedicaram sua vida a servir ao Senhor cai, todo mundo morre. Ou mesmo um avião com pessoas de variadas crenças, um desses que caem vez em quando. Na caixa preta a mesma coisa: “Ai meu deus”. E ai, agora? Agora foi Deus que quis assim, ele sabe o que faz, não é? E onde entra a piedade, a hora de provar o amor que lhe foi dedicado por toda vida. Se for pensar sobre a mesma ótica do “nãoseiquem”, nessa situação em que se prova algo no âmbito da existência de uma figura divina num acidente de avião, esse deus seria muito mal agradecido e injusto.

Esse não é mais um texto sobre deus. Não estou aqui discutindo se ele existe ou não, o que é certo ou errado e toda essa polêmica. Estou falando dos recursos utilizados para se provar algo, algo que quem não acredita ou tem seus questionamentos merece entrar num avião fadado a uma tragédia fatídica. Estou falando das besteiras que saem da boca das pessoas abitoladas pelas igrejas, pela conveniência de se acreditar em tudo isso porque é mais fácil do que olhar para dentro de si ou mais prático do que pesquisar, do que ser atrevido e questionar.

Pensar como “nãoseiquem” é humanamente inaceitável, é desejar e utilizar do mal, não tem nada a ver com religião, fé, deus, diabo, três reis magos ou qualquer outra coisa. É maldade pura. E pelo o que eu sei maldade não é coisa de deus. É?

segunda-feira, novembro 24, 2008

Os melhores comerciais de 2008 que eu lembro agora

Fiz uma seleção de alguns comerciais de TV deste ano, os que mais me prenderam em frente à TV. Tem gente que aproveita os intervalos para ir ao banheiro, beber água e etc... Meu percurso é ao contrário, corro para ver até onde pode ir a criatividade de quem sobrevive explorando nossas carências, sentimentos, necessidades...
Mesmo sabendo como acontece o processo de produção de um comercial e quase calejada deste mercado que tem como prioridade vender, conceitos ou produtos, eu choro, eu rio, me arrepio e sou capaz de ver mil vezes o mesmo comercial, porque realmente é de se admirar a sensibilidade, inteligência e percepção destas pessoas.

É claro que estou esquecendo de alguns, mas vai os que eu lembro agora.


Bradesco
Banco do Planeta




Claro
Kind of Magic



Este é de 2007, mas passou bastante este ano.

Gol Linhas Aéras
A largata cria asas e voa




Skol
Motorista da Rodada




WWF
Money

Este na verdade é de 2007, mas passou bastante no inicio do ano.




Peugeot
307 Sedan




Nobel
Casar





Nextel
Campanha Bem vindo ao Clube






São vários na verdade, escolhi esses dois.




Serviço de Captação de órgãos e Santa Casa de São Paulo
Doação de Órgãos - Cachorro



Este eu vi pela primeira vez ontem.

terça-feira, novembro 18, 2008

Uma sociedade em alerta

Já aconteceu de num filme você já ter visto, logo no início, os rostos do mocinho e do ladrão e ainda nas primeiras sequências não reconhecer fisicamente quem é quem? Se você respondeu que “sim, sim”, ou os arquiinimigos protagonistas eram gêmeos ou era um filme oriental. Segunda opção para moi aqui.

Sem rotular: como é difícil reconhecê-los quando estão todos juntos. Seria mais uma limitação de nós ocidentais ou eles realmente são uns as caras dos outros?

No entanto, o filme chinês Breaking News (2004), com o subtítulo em português “Uma cidade em alerta”, do diretor Johnnie To Kei-fung, tem muito mais coisas interessantes a serem citadas neste blog do que somente a semelhança entre os atores a ponto de me confundir ou a distinta sensação de ouvir durante uma hora e meia uma língua estranha aos meus ouvidos, o cantonês.

Pela frase na capa do DVD já dá para se familiarizar com o tema de Breaking News: “uma rede de TV transmite ao Vivo uma perseguição que deixa toda uma cidade em alerta”.

É mais ou menos assim: uma gangue de ladrões está abalando a tranqüilidade das ruas de Hong Kong. Numa destas ações, a polícia resolve agir, mas a performance dos policias é vergonhosa e eles são humilhados pelos bandidos que demonstram muito mais preparo para a situação. Tudo isso, num tiroteio intenso no meio da rua, com centenas de fotógrafos e cobertura ao vivo dos canais de televisão. Orgulho ferido, a polícia resolve se vingar. É, se vingar. O que era uma caçada contra a criminalidade vira a caçada para resgatar a moral da polícia e reafirmar quem manda no pedaço.

O esconderijo dos bandidos em um prédio é descoberto e a jovem inspectora Rebecca lidera a grandiosa operação com milhares de policias, cada um com uma mini câmera à bordo, e com a convocação de toda mídia ao local. O show estava montado e toda tecnologia estava a favor da transmissão do espetáculo: câmeras fotografias, de vídeo, celulares, walkie talkies, computadores com web cans da casa de reféns...

O filme deixa bem explicita a normalidade em que a manipulação vai sendo construída, tudo para trazer de volta a confiança das pessoas e reverter a tão aclamada opinião pública. Entrevistas com as vítimas do conflito anterior, com parentes destas vítimas, imagens dramáticas em câmera lenta, música de fundo, todos os detalhes eram pensados pela equipe de Rebecca. A segurança de ninguém estava em jogo, é claro que nenhum refém poderia sair ferido, pois comprovaria mais uma vez a incompetência da polícia, mas em nenhum momento pareceu prioridade para inspetora dar um basta na situação o mais rápido possível, sem antes fazer daquilo um grande show.

Lá dentro do prédio, os bandidos também fazem seu show midiático e a trama se desenrola no jogo entre polícia, imprensa e ladrões, a disputa de quem dá mais audiência.

Breaking News traz o tema à tona com muita naturalidade, o que já vejo ai uma crítica à aceitação por parte de todos nós em situações semelhantes na “vida real”. Até zomba um pouco da maneira ridícula como estas coisas acontecem sem ninguém fazer nada.

Breaking News não perde tempo com efeitos mirabolantes, embora seja um filme de ação, e nem com diálogos com frases de efeito moral, embora deixe um espaço para reflexão sobre o assunto. Não sei, nem ao menos, se ele foi feito para refletir ou para esfregar na cara de todo mundo a verdadeira preocupação da polícia, a duvidosa ética da imprensa e o abestalhamento crescente dos telespectadores. Quanto aos bandidos, estes estão cada vez mais entendidos sobre o funcionamento das coisas e exploram isto ao máximo.

Há uma inversão, ou um tumulto evidente, nos valores da sociedade contemporânea, de Hong Kong ou de qualquer parte do mundo. Um mundo onde quem é pra defender, ataca, quem é para esclarecer, esconde, quem é para educar, manipula e quem é para viver, morre.

domingo, novembro 16, 2008

1 de janeiro

No meio de novembro, uma frase recebe destaque nos diálogos da maioria dos seres mortais que habitam essa terrademeudeus. Pode obsevar a quantidade de "como o tempo passa rápido!" que são soltos pelas bocas de pessoas desatentas que nem viram o tempo passar.Mas o tempo passou, e olha só, já estamos em novembro! Daqui a pouco é dezembro, é Natal, Ano Novo... 2009.... e "eu não fiz nada".

É quando começam a surgir as listas. Todo mundo faz uma, mesmo que não escreva, organiza no pensamento objetivos para o ano que se inicia. Como se na virada de ano, tudo mudasse. Mas nada muda de fato. O que acontece é que acreditamos que muda. E talvez seja o suficiente, nada melhor do que a força do pensamento. Só que muitas dessas coisas ficam só lá no universo impalpável do pensamento. Isto porque sempre estamos esperando por algo, algo que achamos que não depende de nós. Como no caso da virada do ano, esperamos o tempo passar. Aquele tempo que insistimos em dizer que passou rápido, porque sempre vivemos pro o outro tempo, o tempo do futuro.

Eu ia deixar pra falar isso em dezembro, mas decidi não esperar. Porque gostaria de começar a pensar que cada dia que passa equivale a um ano. Todo dia quando eu dormir quero pensar que aquilo ali é uma virada pra tudo que eu gostaria de mudar, de fazer. E todo dia será uma oportunidade de aproveitar o tempo naquilo que ele tem de melhor, seu próprio tempo. O tempo não passa rápido, ele passa no tempo certo, a gente que não se dá o tempo de perceber e aproveitar. Todas as datas do calendário, de todas as semanas e meses, serão dia 1 de janeiro.

quinta-feira, novembro 13, 2008

Meme

Eu adoro ser lembrada, por isso faço questão de expor quando isto acontece.

Recebi meu primeiro meme do blog http://facoomelhorquesoucapaz.blogspot.com/
(Preciso saber seu nome!!!)

Funciona assim: escrever uma lista com 8 coisas que sonhamos fazer antes de ir pra terra dos pés juntos;- Convidar 8 blogueiros amigos para responder também;- Comentar no blog de quem nos convidou;- Comentar nos blogs dos nossos convidados para que saibam da "convocação";- Mencionar as regras.


- Conquistar o equilibrio sobre mim mesma
- Não ter chefe (ter minha própria empresa de Comunicação de acordo os principios que acredito)
- Fundar uma ONG
- Falar francês
- Tocar violão decentemente
- Ter uma casa e decorá-la a nossa cara (nosso ninho de amor!!)
- Conhecer a Europa (inteira!)
- Fazer uma exposição de fotografias minhas.

Passo para:
Aline
Carolina
Caroll
Lucio
Mans
Tina
Jarbas
Emi

Errata

No post sobre O Rappa eu dei os créditos da música Suplica Cearense à Luiz Gonzaga. Portanto, recebi um comentário do neto do verdadeiro autor da música, sendo Gonzaga só o interprete.

Errei, não apurei o fato.

Foi mal.



terça-feira, novembro 11, 2008

Boa noite, Boa tarde, Bom dia, Boa sorte.

Fátima Bernardes, séria, diz:

- E a seguir uma notícia reveladora.

Willian Bonner, sorrindo, diz:

- Você vai conhecero o pior time do Brasil!

Eu penso: uau! Era o tempo em que o Q de Qualidade da Globo no jornalismo garantia, pelo menos, que cada telejornal fosse produzido especialmente para um tipo de telespectador.

Hoje o Bom dia Brasil é igual ao Jornal Hoje, que é igual ao Jornal Nacional, que é igual ao Jornal da Globo. Tudo se repete no Globo Repóter, no Globo Esporte, no Esporte Espetacular e no Profissão Repórter. Tudo se resume no Fantástico.

Os telejornais e os programas em formato de revista locais são mais doídos: congelados, sem criatividade e tão preocupados em seguir as regras que não prezam por um mínimo de conteúdo com Q de Quero mais. Começam e terminam enfadonhos.

O problema é que o padrão do jornalismo padronizou demais.

Alguém já havia profetizado: "agora todas coisas que eu vejo me parecem iguais".

segunda-feira, novembro 10, 2008

Muro

Entro e vejo rostos de sofrimento, chinelos, senhoras e crianças, apelos para atendimento em pelo menos duas horas e paredes descascando. Depois de uma fila confusa, num calor sufocante, consegui chegar à recepcionista que nem parecia estar ali de verdade. Tonta com tantas vozes, com suores, um coque descabelado e uma vontade explicita de sair dali correndo.
- Boa tarde, eu tenho uma consulta marcada com a Dra Vivian...
- É plano de saúde?
- Sim, sim
- Você vai sair daqui, dar a volta, é na outra porta.

Abro a outra porta, ar condicionado, TV grande, cadeiras confortáveis para espera, sem fila e recepcionistas de uniforme, água, café e sorrisos pra todos os lados.

- Boa tarde...
- Boa tarde!
- Eu tenho um consulta com a Dra Vivian..
- O cartão do seu plano, por favor.
- Aqui. Me diz uma coisa, aqui é só pra quem tem plano, é?
- É, e particular,
- E lá?
- SUS...
- Hum

(...)

- Eu vou demorar a ser atendida.
- Não. A médica vai te chamar agora.

Não é novidade este tipo de situação, mas não deixa de doer ver dois mundos tão diferentes em um mundo só. Quem conta com assistência da saúde pública sofre, é humilhado por filas, médicos que demoram a chegar, mal humorados e não pode desfrutar do mínimo de conforto e tratamento humano.

Quem espera pouco no ar-condicionado vive num mundo a parte. Fecha os olhos pro outro lado e agradece com um orgulho questionável por ter condições de ter um plano de saúde. Ou nem isso, apenas despreza os outros.

Quem espera a tarde toda no calor e com um ventilador empoeirado na cara, lamenta a falta de sorte, de condições financeiras ou balbucia em voz baixa que paga impostos para ter direito à saúde. Ou nem isso, apenas aceita a situação.

Eu não consigo me orgulhar, desprezar, lamentar, aceitar. Mas também não sei o que fazer.

Saí depois da minha consulta, olhando pessoas que do outro lado ainda esperavam ser atendidas pela recepcionista. De mãos atadas, que a gente mesmo passa o laço.

domingo, novembro 02, 2008

Um mundo sem Victor e Léo

Não, não vim falar mal da dupla sertaneja. Até poderia, mas não é o caso.
Só tenho umas dúvidas deveras intrigantes: como era o mundo antes de Victor e Leo? O que as pessoas ouviam? O que as rádios tocavam? Quais dvs os pirateiros vendiam nas mesas dos bares? O que se escutava nos restaurantes? Por quem as mulheres fãs de música sertaneja suspiravam?

Tem tanto pouco tempo que a dupla estourou, mas juro que gostaria de lembrar como era acordar sem ouvir “Faaaada, fada querida” vindo do apartamento ao lado. Ou recordar de quando eu ficava na fila do supermercado sem alguém cantarolar atrás de mim “Que vida boa, ou ou ou... que vida boa”.

Victor e Leo não são só os queridinhos das mulheres. Os homens adoram e defendem a punhos. Ou seja, como essa febre se tornou tão ardente? Sorte não foi. Não acredito que tanta fama e tanto dinheiro venham através de sorte. Carisma? Ou será mesmo talento? Não sei, porque ruins eles não são, mas existem mesmo tantos motivos para idolatrar tão repentinamente uma dupla que nem o próprio repertório, em sua maioria, é de autoria própria?

Talvez um dos pontos chaves tenha sido justamente o repertório. Um conhecido me disse que gostava de Victor e Leo porque eles tocam música sertaneja de verdade. Eu disse que achava que Chitãozinho e Xororó também, embora não oferecessem mais nenhuma novidade que não seja uma coletânea dos maiores sucessos. Na tréplica ele disse que CH e X fazem música pra vender, pra ser comercial... E eu disse: todo artista (nesse contexto, não falei obrigatoriamente de alguém que de fato faça algo digno de ser apreciado) que utiliza seu “talento” como meio de sobrevivência (que é, na verdade, o que todos nós fazemos todo dia) tem como meta ganhar um dinheirinho (no caso de alguns, dinheirão) com o que faz de melhor. Ele não me convenceu e esta conversa foi fraquíssima.

A partir daí comecei a pensar muito em Victor e Leo. Até porque o mundo não me deixa esquecê-los por um segundo sequer: são meus amigos, é Cassiano, é meu vizinho, é o show sendo divulgado por mais de um mês, são os comerciais de coletâneas e são os refrãos super bonder (eee hoojeee eu te amooo, não vou negar!). E assim desenvolvi uma teoria de que sem um bom empresário Victor e Léo não seriam muita coisa do que hoje representam.

Alguém disse, ou um disse pro outro se acaso eles forem donos do próprio nariz, que se eles não tivessem um diferencial de nada adiantaria tanto gogó nesse mundo cheio de duplas sertanejas jovens e com rostos de bumbuns de bebê. Foi quando aliaram suas vozes legais, suas caras bonitinhas e uma leve simpatia de ambos ao que chamam de sertaneja de origem. Arrumaram um empresário muuuuito competente, que arrumou logo uma boquinha na Globo e pronto. Era só esperar para dar certo. E deu. Sapo caiu na lagoa da fama.

Outra interpretação minha da situação complementa a primeira. Como diria Wagner Moura naquele comercial do Bradesco: “2008 foi escolhido o ano do Planeta”. Nunca antes na história desse país e do mundo se ouviu tanto em responsabilidade social, ambiental e amor à natureza como este ano. Também como parte desta corrente vem a valorização das tradições, da nossa cultura e daquilo que achamos que temos de mais valor, o que se perde pelo tempo com a correria dos desenvolvimentos afins deve ser resgatado antes que percamos nossa identidade. Aí que entra Victor e Leo atualizadíssimos!

Alguém deve estar pensando que eu mergulho demais nas minhas próprias criações. Mas o mundo só faz sentido pra mim desse jeito. E eu acredito mesmo no que eu acredito. Como diria Thich Nhât Hanh, precisamos contemplar nossa interdependência.
Se os fãs de Victor e Léo também pararem pra pensar em alguma justificativa, aposto que seria mais interessante ouvir as músicas que a dupla canta.

No entanto assim como dois mais dois são cinco, posso estar redondamente errada e eles serem apenas dois rapazes latino - americanos hoje com dinheiro no bolso, mas antes pobrezinhos, trabalhadores das plantações de caju, vitimas do trabalho infantil, descobertos no interior do interior do interior cantando em cima de um pau de arara enquanto voltavam de mais um dia de lida. Típico de duplas sertanejas.

Ou foi sorte. Assim não tem graça.