quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Os meus passos nunca mais serão iguais.

Lá onde eu fui hoje o vento é bom e traz as lembranças de um tempo que secou, como o orvalho da folha exposta ao sol que ressurgiu depois da chuva.

Cada passo dado nesse lugar hoje, era um transporte à época em que esses mesmos passos eram rotineiros e inocentes, passos de fantasia.

Lá onde eu fui o cheiro é de mato fresco, fresco como os pensamentos, desejos e devaneios de quem um dia vai embora também. E poderá sentir saudade daqueles anos inolvidáveis, como eu.

As paredes de concreto com os mesmos cartazes. Só as datas, temas, títulos e cores diferentes.

Os bancos vazios com a sombra das árvores como telhas esperando as nádegas dos corpos das mentes inquietas e excitadas com as mais excitantes resenhas do intervalo entre as aulas, ou o intervalo entre as aulas vagas, ou esperando o professor que só chega no dia da próxima aula, e se chegar.

Se fecho os olhos por segundos, sinto a atmosfera dos dias da minha estadia naquele lugar. Dias de substituição dos conceitos, das alegrias, dos levantes, da satisfação de crescer e mudar e aprender.

Dias de olhares ora sem compromisso, de inventos. Olhares dos dias de independência desejada, cultuada, adorada.

Impossível não sentir falta daquele lugar.

Impossível, para quem se entregou intensamente aos instantes daqueles quatro anos e alguns meses.

As faces de quem amei, de quem briguei, de quem vivi e de quem carrego até hoje comigo tomaram meus pensamentos.

Meu coração se encheu de nostalgia.

Meu rosto, de lágrimas de contentamento pela experiência necessária de toda vida: fazer de uma universidade, um lar.


________________________________________________________________ Tudo porque eu fui buscar meu diploma.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

A lista de ouro

Aproveitando os ares da entrega do Oscar ontem, fiz uma lista dos dez premiados como melhor filme que eu mais gosto (e que assisti) de toda a história da premiação.

Em ordem cronológica e não por preferência.



1- Os Infiltrados (2007)

2 - Menina de ouro (2005)

3 - Chicago (2003)

4 - A lista de Shindler (1994)

5 - O silêncio dos inocentes (1992)

7 - Rain man (1989)
6 - Amadeus (1985)

8 - A Noviça rebelde (1966)

9- My Fair Lady (1965)

10 - O vento Levou (1940)

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

We are folia, We are Bahia

Em dois dias de carnaval pulei, bebi, curti muito. Marinheira de primeira viagem no Carnaval de Salvador. Decorrente de uma motivação familiar, lá estava eu, no meio de um mundo de gente de todos os tipos e cores. Nunca, e no sentido verdadeiro da palavra, me interessei pelo “maior carnaval do Brasil”. Isso devido a uma série de preconceitos: não gostar de axé, achar que carnaval não passa de uma indústria capitalista em vez de uma manifestação cultural e outras tantas.
Mas, quem me conhece já sabe disso, parodiando o ditado, se eu estou no inferno abraço o diabo e ainda viro a melhor amiga dele.
Fui, e nos primeiros momentos no camarote do circuito Barra-Ondina, me encantei com uma “baiana” que exibia uma pele negra divina, perfeita e uma expressão facial encantadora que chegava ofuscar a roupa pomposa. Quando o Olodum passou aquelas cores, expressões e roupas se multiplicaram e no alto do trio vi outra baiana daquela, só que com uma roupa mais majestosa, com dourados brilhantes. Parecia uma deusa. E no chão, desfilavam os filhos dela de amarelo, vermelho e preto. Numa sintonia só, coisa de alma. Não era nada de coisa para gringo ver. Não era um marcha contra a discriminação racial. Era a afirmação de coração. E eu senti aquilo até as lágrimas caírem do meu rosto e pensei: “isso é cultura!”.

a baiana

Mais tarde um pouco, em cima do trio pude ver o rosto de poucos milhares que se embolavam na “pipoca”. Rostos felizes, diversão pura guardada o ano toda e em constante explosão enquanto o trio passava. Uma animação anual para ofuscar a desilusão de salários baixos, de um país sofrido com tanta desigualdade.
Sair acompanhando o trio elétrico, então, é uma sensação única. Correr atrás da música que carrega a mensagem do momento: alegria. Sentir o calor humano, o suor exorcizando os males.

as cores


No outro dia, já no Campo Grande, vi as multidões embaixo do sol escaldante, sendo arrastadas por hinos do carnaval e dançando num mesmo ritmo, os mesmos passos, como se tivessem ensaiado todos juntos. E como é bonito. “Pipoca”, bloco, arquibancada balançando os braços de um lado para o outro, sem medo de extravasar.
Ainda na mesma tarde, num break dos blocos, me dei por conta do diversidade de "funções" do carnaval. Passaram vários mini-blocos independentes com placas de protesto, incentivo, que mais parecia uma carreata política anarquista (se é que isso é possível). Foi nessa hora, que com a presença do prefeito e do governador, até então apreciando a imagem do topo de seus respectivos camarotes, desceram para o meio da bagunça e fizeram suas firulas políticas. Mas o povo levou sua mensagem, fez sua parte, e mesmo que esqueçam ou façam pouco caso, os governantes viram.
Placas, cartazes na mão de quem tirou o carnaval para protestar o que ta ruim


Nas últimas horas, num camarote mais escol, só vi turista. Com privilégios de direito de quem pagou caro por aqueles momentos de conforto. Tirando a parte dos lucros das camisas do camarote que vai para o empresário, essas pessoas consumiram na cidade, a presença delas gerou empregos, renda que com certeza ajuda na feira do mês de quem mora lá.
Não estou canonizando o carnaval. Penso também nos pontos negativos de uma festa do tamanho daquela, como exploração sexual, violência por parte de quem, inacreditavelmente, sai muito mal intencionado, erros de conduta moral e outros.
Mas, para que criticar o carnaval? Para parecer intelectualmente superior? Para provar que não pertence à mesma ala do povão? Se não gosta da música, do barulho, da muvuca, fica em casa, tudo bem, mas admita que o carnaval é um espetáculo em tanto aqui na Bahia, em Recife, no Rio, em São Paulo ou em qualquer lugar do país. Não mudei alguns conceitos, mas a partir de agora vou revê-los e não mais negar que o carnaval é sim a expressão mais singular e ao mesmo tempo múltipla da nossa cultura.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Alegria de sexta

Eu queria entender essa lei dos homens.
Por que o tempo de trabalho é maior que o tempo de lazer?
Meu pulso dói, minhas vistas ardem e e minha coluna... qual?
Estou à beira de um ataque de estafa.

Mas agradeço por ter um emprego legal. Melhor do que a borestia.

Sem tempo de escrever por aqui.

: (

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Do jeito que ele é




Não me venha com o sermão
de que eu sou inconsequente
Não venha me dizer
que não sei medir o que o coração sente
Faço tudo mesmo por amor
E só por amor
E a Rita faz uma completa tradução dele também:
"O meu coração cafona
quando se apaixona
fica tão clichê"
Baba
Chora
Gosta do tempo quando se está longe
e pára os ponteiros quando se está perto
Faz cena, faz bico e morre quando sai pela porta
e o outro olhar fala "até amanhã, até a noite, até daqui a dois minutos"
Quando o "eu te amo" não é mais suficiente
Quer colar no outro corpo e grudar as duas peles
Pra dividir o mesmo coração
Ah, se o amor me deixasse em paz
Talvez eu viveria minha vida
Mas quem disse que eu quero?
Não quero.
Sou mais ser sufocada por abraços
do que o vazio da solidão
Minha liberdade é amar
Amar sem limites
Amar sem fim
Me deixe te amar do jeito que o amor é
Sem juízo.



Para Hélio.






terça-feira, fevereiro 06, 2007

Peso e Contrapeso____________________ por Millôr

"A palavra ficou na moda - aneroxia. E esquecemos dos gordos, embora mais visíveis. Ocupam mais espaço no ônibus.
Anorexia rima com passarela.

Mundo que, visto de fora, com aquelas que andam como ninguém anda na vida real, é estranho, imprudente, até ametrontador.

E por dentro?

(...)

Anorexia.

O mundo anda descobrindo coisas. Até a igreja resolveu descobrir a pedofilia. Coisa que sempre foi a alma da "vocação". Qual era mesmo a "vocação"? Ah, espiritual. Tudo bem, mas ninguém ignora, carne é fraca. Eu sei que é forte. Com descaminhos mais atraentes do que caminhos.

Mas era só ir no dicionário. Convento, "moradia com normas rígidas de comportamento", vem seguido de conventilho, casa de prostituição, muita distração, bixo, muita diversão!

O que eu quero dizer com isso?

Que as magricelas não tão com nada. Não servem para uso. As gordonas também não.

Só tem umas no ponto. Como a do desenho."


domingo, fevereiro 04, 2007

47

Considerando meus exageros sentimentais e prolongados e considerando minha empolgação com certas coisas da vida, me encontro hoje numa depressão temporária que nunca havia experimentado antes. Terminei o último episódio de uma série que preencheu aquela necessidade humana de ter para onde fugir quando as coisas no mundo real apertavam.




Foto do primeiro episódio.




Comecei a ver ALIAS em setembro, acho, depois de ter ficado atraida pela abertura da quarta temporada em que mostrava os principais disfarces da espiã Sidney Bristow desde então. Um motivo bobo, claro. Mas quem me conhece sabe como gosto de fantasias e perucas. Até então a única série norte americana que eu tinha me envolvido de verdade era LOST e Desparate housewives, desconsiderando os vários episódios isolados de Friends e A Sete Palmos. Mas enfim, depois de um empourrãozinho, vi o primeiro episódio. Vi o segundo, a primeita temporada toda. Até que meus amigos mais próximos perceberam que eu só falava em espionagem e nas profecias de 500 anos de Milo Rambaldi (é através dessas profecias e da busca por Rambaldi que a história de Alias se desenvolve).

ALIAS é surreal. Missões estrambólicas. Equipamentos com tecnologia inimaginável. E espiões quase super-heróis, daqueles que levam centenas de tiros e nunca morrem, mas pelo menos se machucam fisicamente e sentimentalmente principalmente. No entanto, o que me fez ficar fascinada pela série de J.J. Abrams não foi nada disso. Embora tenha o discurso de que "temos que salvar o mundo", as tramas são muito mais pessoais e, por que não dizer, familiares. Os sentimentos de ódio, vingança, amor e obsessão são que governam as ações de cada personagem sa série. Personagens brilhantes, diga-se de passagem.




Irina, Sidney e Jack, família cheia de mistérios...








Nunca vou conseguir explicar muito bem porque acho ALIAS genial. E nem quero falar agora sobre a série. Só que achei as três primeiras temporadas fantásticas. A quarta morta e a última renasceu das trevas minha paixão, talvez por saber que era a última. O episódio final passa longe de ser um dos melhores. Aliás, nem é digno da série. Mas isso não foi motivo para eu não deixar de me sentir "abandonada" depois de ter tirado o disco 5 da quinta temporada do aparelho de dvd.

Nessa "brincadeira", fiz uma amiga viciar, virei fã de Jennifer Garner e vi do que uma pessoa é capaz de fazer quando alguém que ela ama está em perigo.

Para quem desconfia, como eu, de qualquer produção sobre espionagem, um aviso: Alias não é bobo como pode parecer. Tem os melhores vilões que já vi até hoje e mocinhos que nem sempre são tão bonzinhos assim. Eu amei e vou rever um dia, com certeza.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Virtual freak show

A bizarrice é algo realmente atrativo. Fiquei com aquela sensação de Como Podemos Gostar de Coisas Tão Estranhas ao receber um e-mail, daqueles chatos, encaminhados, com vídeo de um menino que provava uma elasticidade sobrehumana abrindo toda a perna enquanto andava de patins. O corpo do menino fica sem ângulo no chão e ele passa por baixo de mais de 10 carros. Uma platéia de crianças com capacetes verde-limão olhava o menino realizando sua faceta. Quando ele, enfim, termina de passar pelo corredor de carros, dois adultos o levantam e o estendem como um trófeu.

E eu pensei, depois de ter xingado por ter recebido tal inutilidade (epa, se quem me mandou o e-mail ler esse post saiba que você manda muitas coisas interessantes também, vídeos interessantes que eu gosto, mas odeio os slides): como acham interessante coisas tão imbecis.

E pensei de novo, e de novo, até que me senti hipócrita e lembrei que todos os dias acesso o Terra Popular para ver quais as esquisitices fenomenais do dia. "Em ilha africana, homens são obrigados a casar após pedido", "Homem ajuda idoso mas depois rouba seu carro", "Chinesa comerá apenas terra por dois meses", "Menino chinês de 4 anos mata 443 frangos com grito" e assim por diante. Fora a mulher que recebeu um raio pela boca e o raio saiu pelo anus (ela mesma contou essa história e após os exames os médicos confirmaram!) e o cardiologista que teve ataque cardíaco, a mulher dele ligou pra emergência do hospital e e eles biparam o próprio médico para atender a ele mesmo. Essas duas últimas histórias eu contei pra um monte de gente.

Então parece ser do instinto humano gostar de olhar abismado para anomalias. Não sei de onde vem essa curiosidade e necessidade, só sei que pelo menos não repasso e as vezes nem abro esses e-mails.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Para cozinhar, lavar, passar e apostar

Cuidado se você tem alguém viciado em jogo na sua casa! Se a moda pega...

O cara que não tinha mais nada para apostar, ofertou a mulher.
De duas, uma: ou a mulher era um porre e ele tava doido era pra se livrar dela ou ele estava mesmo crente de que iria ganhar.
Não creio muito na primeira hipótese porque se a mulher fosse mesmo um pé-no-saco, ele teria apostado ela antes de perder todo dinheiro e a casa. Se ele soubesse que iria ganhar apostaria algo que tivesse mais valor do que a vida alheia, apostaria a própria vida.
Então, sendo assim, gostaria, de verdade, de saber o que se passa na cabeça de um indíviduo como esse.

Mas da história toda o que eu gostei foi que a mulher pediu o divórcio e ficou com o cara que ganhou a aposta.

Eu faria o mesmo.

Veja a matéria: http://noticias.terra.com.br/popular/interna/0,,OI1383190-EI1141,00.html