Claro, você pode até não agüentar mais ouvir sobre aquecimento global, degradação do meio ambiente e o conseqüente fim do mundo. Mas Wall- E aborda o assunto com muita criatividade, bom humor sem, é claro, esquecer os discursos sobre o compromisso de cada um, da importância da sustentabilidade e educação das novas gerações voltada para a formação de uma consciência ambiental. É um filme político, com referências sociais interessantes e pertinentes.
Mas, acima de tudo Wall-E é uma história de amor, entre o próprio e Eva, a robô mais fofa de todo universo. A paixão singela e inocente dos dois se torna ainda mais irresistível com as expressões humanas (de olhares, gestos) que compõem os personagens. Tudo muito engraçado de forma sutil e emocionante. Nunca achei que iria chorar vendo dois robôs morrendo de amores um pelo outro. Coisas que só a Pixar pode fazer: animação com sensibilidade, bom humor e inteligência. O filme tem poucos diálogos, quase não tem problemas ver dublado.
A bravinha Eva.
Os seres humanos aparecem no filme e Wall- E traz uma crítica sobre a desumanização das relações, consequente do desenvolvimento tecnológico, da mecanização e virtualização da comunicação . As alusões são interessantes, como a descoberta do fogo, o atrofiamento dos músculos do corpo humano, cada vez mais sedentário, o egocentrismo e a ausência de coletividade num mundo onde as máquinas operam por nós diminuindo o contato físico entre as pessoas. É fato, nós desaprendemos (ou nunca aprendemos) a viver em sociedade, e depois das diretrizes do capitalismo, a sociedade em rede e a desterritorialização em progressivo crescimento, as coisas tendem a piorar. Nos créditos finais, e é bom ficar pra conferir, aparecem os personagens do filme em pinturas rupestres, lembrando a humanidade nos tempos da caverna, o que confirma a regressão do desenvolvimento humano. Numa interpretação mais "viajada" lembra o Mito da Caverna de Platão.
Que não viu ainda, fica a dica. Um filme para reflexão e diversão. Até os mais brutos vão se derreter com Wall-E.
6 comentários:
Hi SIster.
hehe.
Oun que lindinho, vou assistir!
Se eu chorei assistindo Carros, provavelmente vou chorar assistindo waal-e tbm.
=D
Ainda vou escrever sobre o filme, mas ja fiquei com vontade de rever. Uma pena que pelas imagens que a gente vê na net dá pra perceber que a projeção do moviecom é bem pior do que parecia.
Ah, Marcília gostou, achou muito inteligente, mas disse que nao chorou. Insensivel!
Bjos, minha EVA.
Também não chorei, o que não significa que o filme não tenha me tocado. Na verdade, precisa ter um coração de pedra pra não sair do cinema emocionado. O que mais me encanta nele é o fato de ser engraçado, político, ácido, amoroso, metafórico, lúdico e inteligente, tudo isso num filme só de menos de duas horas. Uma coisa assim não surge todo ano, não. Pronto, a Pixar já pode ser canonizada.
Agora mudando de assunto, essa Márcia Castro me interessou bastante. Vou procurar ouvir esse álbum dela. Valeu, beijos e até mais!!!
quero ver.. mas eu soumuito reticente a animações no cinema..
adorei a nova cara do blog
:)
Coincidencia ou não (depois dê uma olhada no TedioCriativo), ví essa animação hoje. É um curta da Pixar. Achei muito engraçado.
http://smellycat.com.br/2008/07/04/presto-assista-o-novo-curta-da-pixar-na-integra/
Esquece o post anterior... só agora vi que o curta passa justamente antes do Wall-E...
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