domingo, agosto 03, 2008

O tempo que resta etc e tal.

O Tempo que Resta possui a sensibilidade peculiar semelhante à quase todos os filmes franceses que tenho visto ultimamente. Não muitos, alguns, ou um por semana pelo menos, porque fiquei mesmo obcecada por eles. São tão doces, delicados e engraçados na maneira mais singela de ser engraçado. E inteligentes. E elegantes. Ainda tenho uma lista deles para ver.

Mas então, vi O Tempo que Resta, de François Ozon, a história de Romain, um jovem fotógrafo com um câncer terminal que opta por viver os últimos momentos de sua vida de uma forma incomum (que eu não vou contar qual é). A gente vai vivendo esse tempo que resta com ele, se perguntando: e se fosse eu, o que faria? Mas não tem desespero, daqueles com cenas grandiosas de dramalhões que te deixam pra baixo o resto da semana. E na verdade a gente fica esperando que ele faça tudo que ele deve fazer antes de morrer, mas a vida não é assim... a morte não espera. E o desespero se transforma em nostalgia agonizante e acaba desse jeito, como um pôr do sol com o chegar da noite, simples e lindo.

Romain é gay. Ele tem um parceiro e tem também cenas quentes de sexo. Logo depois, assisti Clube de leitura de Jane Austen, e também tinha um casal de lésbicas. E tantos outros filmes agora tem casais homossexuais. Assim como a nossa sociedade estúpida tem aceitado os gays na mesma proporção que esses casais tem saído do armário, e vice-versa, os cineastas têm utilizado a homossexualidade (corrigida por Jarbas! valeu!) em suas histórias.

No entanto, as vezes eu fico achando que não passa de uma exploração ao tema quando o fato de ser gay aparece como fator de superação do personagem. Em O tempo que Resta e o Clube de Leitura não tem muito isso, não chega a ser uma temática, o parceiro de Romain poderia muito bem ser uma mulher que não iria alterar nada na trama, é normal o fato de ser gay. Fico receosa da homossexualidade se transformar em uma espécie de cota e o tema ser ainda mais banalizado. Tema que inclusive por engano ainda é tratado como algo da minoria. Culpa da nossa sociedade estúpida (que está progredindo, ou não?) e de alguns próprios gays que se acham tão diferentes que são incapazes de ver com naturalidade o fato de gostarem do mesmo sexo.

2 comentários:

descolonizado disse...

já quero ver!

Mi do Carmo disse...

hehehe