quinta-feira, março 19, 2009

My new way of life

Decidi, em 2008, que 2009 seria o ano em que meus voos profissionais ganhariam mais força, impulsos e independência. Decidi também que era a hora de, sozinha, “levar a melhor” sobre o meu trabalho, sem ter que ouvir pessoas elogiando meu chefe como se fosse ele o “cabeça” da parada.

Decidi que lutaria pelo o que eu acredito, enfrentaria com peito todos os péssimos profissionais, os babacas, a pão durice dos contratantes, a preguiça, as tempestades, correntezas e promiscuidades do mercado de trabalho.

Decidi não ter vínculos com emprego fixo e integral por algum tempo em detrimento do meu desenvolvimento profissional.

Decidi, então, ser freelancer, autônoma, largar a banda e seguir carreira solo! (palmas).

Pedi demissão em dezembro, tempo em que todo mundo segurava com dentes seu emprego com medo da apoteótica crise financeira, tirei férias em janeiro e agora estoy aqui no meio de março para compartilhar as agonias e alegrias da minha decisão.

E vou contar: o trabalho por conta própria é muito mais complicado do que a idéia de fazê-lo parecia ser.

Nesses dois meses, passei por situações inéditas e, por vezes, divertidas. Muitas delas eu não compartilhei com ninguém, foi tudo bem intimista, como num processo de descobrimento individual das suas capacidades, limitações e etc.

Os momentos engraçados são aqueles em que alguém pergunta preocupado: “E agora, você está desempregada?”, aí eu respondo: “Não... estou trabalhando por conta própria”, e depois: “Mas já tem algo em vista?”, e eu: “Não, é uma opção minha”. A pessoa fica com aquela cara de: “tadinha... tão jovem, estudou tanto e tá desempregada”. Tem também: “e isso dá dinheiro?” ou tem pessoas, geralmente os parentes, que perguntam toda semana: “já arrumou um emprego?”. Aguentar isso é foda.

Quando digo que meu escritório é minha casa, muita gente fala: “Que vida boa... bom é assim, você tem tempo pra fazer outras coisas”. Puro engano. Eu ainda não consegui ajustar meus horários com os tantos de compromissos que fiz, e ainda faço cada vez mais, já que não tenho hora pra entrar e sair do trabalho eu fico sem noção do tempo. Ou seja, durmo 3 da manhã, acordo 9, trabalho sábado, domingo, mas em compensação tem dias que não produzo nada, ou porque não consigo ou porque simplesmente não quero. Disciplina é foda.

A agenda resolveu meu problema de esquecer os compromissos. Faltar reunião é inaceitável e foda.

É ruim não ter ninguém pra apontar suas falhas no momento exato em que se desenvolve um trabalho. Auto crítica exige coragem, é foda.

Sozinha, não tem como jogar a responsabilidade pra cima de ninguém. Saiu errado, a culpa é só sua. Atenção 100%, outra coisa foda.

Você sabe o valor do seu trabalho, mas Sr. Murrinha não. Ele quer porque quer que você abaixe o “preço” do serviço não sei quantos porcento. Reconhecer quando pode abrir mão e quando tem que recusar o serviço, isso é super foda.

Trabalhar assim exige que, pessoalmente, você vá cobrar o seu pagamento. Aí você vai atrás do Sr. Murrinha, Sr. Murrinha some e você não pode passar a bola pro contador da empresa. Agora é só você. “Sr. Murrinha, eu quero o meu dinheiro! O senhor é foda!”.

Ter paciência... só porque você é “independente” não quer dizer que as coisas vão ser no seu tempo sempre, até porque a maioria dos trabalhos são em parceria. Na verdade, você não é independente foda nenhuma!

Ter humildade, simpatia, jogo de cintura, confiança e valorizar seu próprio trabalho, investindo 24 horas no seu marketing pessoal, isso sem parecer prepotente, nem arrogante, somente seguro ... É foda ter que administrar tanta coisa sozinha.

Tem mais, mas são quase 3 da manhã e esse é meu limite pra eu poder estar em pé às 8 e correr para edição de um vídeo. Não devia estar escrevendo pro blog, tinha que mandar um e-mail longo e importante.

Então, mesmo com alguns quebra molas no caminho, tudo parece conspirar a favor. Não tem preço que pague por responder por mim mesma (quer dizer tem, mas aqui ninguém paga).
Quando se trabalha assim, desânimo é luxo e lágrima só se for de alegria quando alguém elogia meu trabalho.

Agora vou dormir. Amanhã pra acordar vai ser foda.
(comecei o texto em primeira pessoa, depois mudei... eu hein...)

4 comentários:

Aline. disse...

Ainda não estou preparada pra isso. rs

;**

Jacqueline Jack disse...

Êeee, parabéns Midoca. O caminho é dureza, mas o que nessa vida é fácil para quem nao tem alma pequena?:) I´ll be by your side!:)
PS> A foto do template está simplesmente fantástica!
Beijos and I miss you love... ;)

Anônimo disse...

cara, essa decisão é foda, fodástica!

e no bom sentido...

estou amarrado no trabalho e, aos 30, ainda não vislumbrei uma possibilidade de me desvincular de tudo e voar com as minhas próprias asas.

culpa de que? provavelmente do medo... mas um dia, quem sabe!

Anônimo disse...

cara, essa decisão é foda, fodástica!

e no bom sentido...

estou amarrado no trabalho e, aos 30, ainda não vislumbrei uma possibilidade de me desvincular de tudo e voar com as minhas próprias asas.

culpa de que? provavelmente do medo... mas um dia, quem sabe!