quarta-feira, março 07, 2007

De volta para o futuro

Todo mundo já parou pra imaginar nas atitudes e decisões que tomou no passado e como seria no presente se tivesse tomado aquele outro rumo.

Esse foi o “tema” do meu inacabável sonho, que somente era interrompido pelas tremedeiras estranhas conseqüente dos sustos pelos acontecimentos virtuais e pela voz da minha amiga Larissa: “você ta bem?”.

Não sei o que aconteceu no presente do sonho, que eu queria voltar no passado e consertar alguns erros para evitar o indesejável. No estilo fiel Corra Lola Corra, fui retrocedendo minha vida aos poucos e foi passando um filme dos melhores e piores momentos da minha vida. Monografia, formatura, relacionamentos quebrados, lágrimas, traições, brigas, prazeres, despedidas, conquistas, demissões, admissões e um mundo de sentimentos estranhos, mas reais preencheram a noite sem fim.

Os acontecimentos ora eram de verdade, ora eram viagens surreais inimagináveis com mistura de personagens de cada fase da minha vida.
A agonia era que a cada momento que eu voltava eu percebia que teria que voltar mais um pouco. Que tudo na minha vida decorria de uma origem muito mais longínqua. E tentava fazer as coisas de modo diferente, mas percebia que de um jeito ou de outro, o final seria o mesmo. Como aquela história de que o destino ninguém engana. Nem sei como terminou, se terminou, na verdade nem lembro de muita coisa. O que lembro bem era do alívio de não ter que fazer outra monografia, porque era só pegar a do futuro, que já tava pronto.
Acordei com: “Mi, você ta tremendo a noite toda!”

Acordei com aquela sensação de que cada passo dado na vida é extraordinariamente responsável pelos próximos passos. Nada de novo. Mas acordar com essa impressão foi novo pra mim. E agora fico o dia inteiro achando que assisti a um filme da minha própria vida. Um filme como o Violação de Privacidade, com uma edição estilo Efeito Borboleta, narrativa 21 gramas, suspense e mistério a la Donnie Darko, com a fidelidade de Cidade Baixa, embalado pela ressaca da Casa do Lago, que vi ontem a noite.

Preciso de duas coisas: parar de ver filmes todos os dias ou parar de me prender ao passado.

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