quarta-feira, julho 25, 2007

Quem sai de casa, quer casa. Muitas casas.

Durante esses cinco anos que moro em Vitória da Conquista mudei de casa mais que coelho de toca.
Tudo começou quando passei no vestibular na UESB e corajosamente (como os milhares de jovens que deixam o conforto do seu lar) vim morar em uma cidade em que não conhecia absolutamente ninguém e o único lugar que sabia que existia era a própria universidade.
Com o empurrão e a ajuda da minha mãe (que embora me desse todo apoio e me incentivasse a seguir meu rumo, ficava sempre com o coração na mão), achei um pensionato para morar em um bairro perto da universidade.
Foi a época mais difícil. Sem amigos, com pouco, pouquíssimo dinheiro, num frio danado e tardes de melancólica solidão e o mais triste, um pensionato chatíssimo com uma dona super rígida que trancava a geladeira da casa e achava que podia falar comigo como se fosse minha mãe. Um ponto a favor nessa doída mudança de hábito? As infinitas descobertas dessa nova vida.

Mas esse texto não é para falar disso, da minha emocionante história de “sobrevivência”. Quero aqui dizer que durante esse período (2002-2006) me mudei nove vezes! Nove!
Não sei quanto a você que está lendo, mas eu acho nove muitas vezes para tão pouco tempo. Nove vezes: caixas de papelão, choradeira para baixar o custo do transporte da mudança, jogando fora o desnecessário, desmontando cama. Sobe escada, desce escada, chora, ri, briga, quebra espelho, “eu me lembro de ter cinco talheres desses com cabo verde, aqui só tem dois!”. Muitas vezes, fiz a mudança só com a companheira de casa. Fiz questão de levar tudo nas costas, como se fosse meu carma, o fardo que eu tinha que, literalmente, carregar, pra cima e pra baixo.No inicio, não tinha nada. Depois ganhei uma cama, um fogão de duas bocas, um filtro, umas panelas e copos. Umas vezes, minhas roupas ficaram no chão, só cobertas por um lençol. Trabalhando, comprei uma mesa, uma escrivaninha, um guarda-roupa, um jogo de talheres, pratos, copos, vasilhas de plástico e etc. O resto não era (é) nada meu. Eram as coisas que juntavam de um e de outro e assim formava um lar de verdade. Ou nem tão de verdade assim. Nas nove vezes, morei com 14 pessoas diferentes. Fiz grandes amigos, exatamente um inimigo, tive minha mãe e irmã de volta (que foram embora depois) e tive tantas experiências malucas e inusitadas. Um grande desafio de convivência e paciência.

Entre mortos e feridos, foi ótimo, apesar de querer chorar toda vez que vejo minhas coisinhas (meus livros, minhas fotos, minhas miniaturas) dentro de uma caixa.

Mas enfim, a décima mudança vem ai! E, curiosamente após tantas dores na coluna, esboço uma leve empolgação por uma casa ou apartamento novo. Mas com a empolgação vem o misto de tristeza, por “deixar” pessoas e alegria por ter novos companheiros de cotidiano.

Se alguém souber de algum lugar legal por até 450 R$, três quartos e boa localização e segurança, já sabe...

Um comentário:

Anônimo disse...

...9 vezes,interessantemente surpreendente!!

espero q sua nova empreitada seja repleta de sucesso!!

beijo moça talentosa!!