quarta-feira, agosto 01, 2007

Observando a Imprensa

"Toda censura é burra, toda propaganda é enganosa

Por Alberto Dines em 31/7/2007

Com jeito, manhosos, os publicitários ligados à Associação Brasileira de Propaganda (ABP) vestiram a fantasia de quixotes e iniciaram uma cruzada contra o que denominam de "censura".
Aparentemente, pretendem barrar a proposta do Ministério da Saúde para disciplinar a propaganda de bebidas alcoólicas na TV e evitar que seja exibida em horário acessível às crianças e jovens. E, se forem bem-sucedidos, sobrarão argumentos para uma tacada final contra a classificação indicativa para a programação de TV, já adotada pelo governo.
A cruzada começou de mansinho com um comercial para rádio, mas na segunda-feira (30/7) foi exibido sem inibições no Jornal Nacional. O mote é irrespondível e irretorquível – "Toda censura é burra". Óbvio, ninguém pode ser a favor do controle de informações e opiniões, mesmo os grandes anunciantes.
Por falta de inspiração ou de convicção na mensagem que deveriam vender, os redatores acabaram oferecendo um texto confuso sobre tabus populares e "aqueles que vêem problema em tudo". No fundo, bem no fundo das suas cândidas almas, pensavam apenas nisso – toda propaganda é enganosa."


Muitos comentários do texto são interessantes também:

"Toda censura é burra, toda propaganda é enganosa, todo jornalista é sofista e todo leitor é tolo!"

"Esse pessoal da publicidade (há exceções) não quer saber de compromisso com a adequação etária de suas campanhas.(assim como as emissoras de tv) Censura é outra coisa. Tenho filhos de 10 e 14 anos e considero agressivas e desnecessárias certas cenas de novela e comerciais, que para encobrir vácuos criativos, se utilizam de "mensagens" de apelo sexual. E não me venham com esta estória de que basta mudar o canal. Quem tem filhos sabe que não é assim que funciona."

"Como assim “toda censura é burra?”. Burra é esta afirmação. Nem toda censura é burra. Algumas formas de censura são mais do que necessárias. Cito duas: quando os pais impedem que seus filhos tenham acesso a determinados conteúdos (pornografia, por exemplo), estão fazendo censura. É burrice? Quando um profissional de uma categoria organizada, que possui um Conselho e um Código de Ética, pratica um ato considerado anti-ético, uma das penas a que está sujeito é a censura pública. É burrice? Só por que os militares nos impuseram um tipo de censura, não podemos estigmatizar todo o conceito abarcado pela palavra. "

"Estou admirado, mas não muito, ao perceber que o Dines é favorável à classificação indicativa. Aos mais desavisados convém alertar que não se trata de nenhuma concessão, um reconhecimento de uma decisão certa por parte do governo Lula, mas é que o respectivo projeto/regulamentação é do ex-ministro da Justiça do FHC (não confundir com Renan Calheiros), do tucano José Gregori. Será que, se não tivesse um tucano na origem da coisa, o Dines seria favorável mesmo??"

"Começo falando das emissoras de tv. A classificação indicativa, tanto criticada pelos donos das grandes empresas de comunicação, é o mínimo que as redes de tv podem fazer. Não podemos esquecer que não são todas as famílias que possuem um senso crítico para definir e escolher qual conteúdo televisivo seus filhos podem ver ou não. Desta forma, aquele número pequeno no canto da tv, pode resolver e ajudar nesta questão. A audiência não vai cair por causa disso. O problema é que as emissoras de tv não querem dar satisfação de nada. As empreas de comunicação, principalmente as emissoras de TV, apregoam a liberdade de imprensa, mas de uma forma negativa. Desde quando liberdade de imprensa é colcoar cenas de sexo em novelas em um horário nobre, onde crianças podem ter acesso a este conteudo? E ainda não querem a classificação indicativa. As emissoras de TV nos apresentam uma programação rídicula, com bundas, peitos, Faustões e Gugus e acham que isso não deve ser, no mínimo, controlado. Falei das emissoras de TV, mas os publicitários entram, em alguns casos, neste mesmo grupo. Querem colocar suas propagandas no ar, não importa quem as vejam. Sejam crianças, sejam jovens e etc., o que importa é vender, atingir o maior número de pessoas. Ambos, publicitários e as emissoras de TV, querem a liberdade de fazer da nossa programação televisiva uma verdadeira bagunça. É isso. "


"Bem dito. E digo mais. Os publicitários sofrem de uma miopia intelectual insanável (para não dizer insana). Só porque ganham milhões para vender papel higiênico e sabão-em-pó (e candidatos malandros durante eleições) acreditam piamente que a complexidade das relações sociais cabe num reclame de 50 segundos e que as ciências humanas que ajudam a por ordem na barbárie natural (linguística, jornalismo, direito, sociologia, psicologia social, filosofia, história, etc) podem ser resumidas num bordão. Onde é que estes caras aprendem seu ofício? É com o Dr. Goebels? Alguém precisa dizer a eles que os nazistas JÁ FORAM DERROTADOS."


Fonte: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=444CIR003



Amanhã dou minha opinião, em especial sobre os comercias de cerveja.

Um comentário:

descolonizado disse...

bem interessante.

ter opnião é uma coisa básica!