sexta-feira, março 02, 2007

Quase um segundo

As costas da memória abrigam um mundo de movimentos desfocados.
Desfocagem passa-baixa.
Que dói nos olhos.
Que só nos deixa lembrar os contornos das histórias sombrias.
Empanadas pela dor.
Pela dor dos caminhos escolhidos.
Recordações retroativas.
Tsunamis no espírito.
Deslizamentos de barrancos do temporal de verão.
Máxima sentença das seleções feitas na vida.
Que deixam rastros amargurados.
Feridas incicatrizáveis
Com pus espumante
Tapado por gazes já amarelos vermelhos de sangue
Um espelho de promessas quebrado com cacos no chão
Onde os pés pisam para seguir em frente
Um esgoto deixando as espumas do mar cinzentas
Cinzento como o céu da mente que carrega toda culpa
Por um raio de sol
Por um esboço de sorriso
Pela corrida saltitante por um abraço
Pelo vento raro e úmido balançando os cabelos
Pelo sabor agridoce
Pelo sono tranqüilo
Por rugas de experiências menos dolorosas
Por gritos arremessados na estrada vazia
Pela voz macia aos ouvidos no telefone
Pelo mergulho na piscina sem cloro
Pelos 2 pares de passos compassados na areia
Pelos sustenidos, pelas pestanas
Pelo júbilo de um beijo a noite e pela manhã
Em busca da felicidade por quase um segundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

assim como estomago de pobre não digere comida de rico, meu cerebro não faz conexões com intelectualizações! hahah
:P